Maconha de alta potência pode danificar as conexões do cérebro

01/12/2015 às 13:472 min de leitura

Um novo estudo realizado pelos cientistas da King College London e da Universidade de Roma "La Sapienza" concluiu que há a necessidade de educar o público, profissionais de saúde e formuladores de políticas sobre os riscos envolvidos com o uso de maconha de alta potência, também conhecida como “skunk”.

De acordo com os cientistas, essa espécie de maconha pode danificar fibras nervosas responsáveis pela comunicação entre os dois hemisférios cerebrais. Essa é a primeira pesquisa a examinar os efeitos específicos da potência da maconha sobre a estrutura do cérebro.

Em outro estudo, publicado em fevereiro de 2015 na Lancet Psychiatry, os pesquisadores descobriram que o risco de alguém ter um transtorno psicótico aumenta três vezes em usuários de “skunk” em comparação a pessoas que nunca tenham consumido a droga. Em um comunicado à imprensa, Robin Murray, professor de pesquisa psiquiátrica na Kings College, declarou que “este trabalho sugere que nós poderíamos evitar quase um quarto dos casos de psicose se ninguém fumasse a cannabis de alta potência”.

Quantidades de THC na maconha dispararam

A maconha consumida na década de 80 era de baixa potência se comparada às de hoje. Antes de 1990, a quantidade de tetrahidrocanabinol (THC) – ingrediente psicoativo da maconha – ficava em torno de 8%. Hoje, os métodos "agrícolas skunk" criaram plantas com níveis de THC em torno de 30%. O teor de THC triplicou porque os produtores têm cruzado vários tipos de cannabis ao longo dos anos para atender às demandas do usuário.

Além disso, os cientistas encontraram quantidades alarmantemente baixas da substância canabidiol (CBD), o que pode contribuir para que a maconha seja tão potente e prejudicial. A pesquisa sugere que o CBD pode agir como um antídoto para o THC e contrariar os efeitos colaterais psicóticos. Assim, parece que a polinização cruzada em cepas de maconha duplica os riscos psicológicos e médicos, diminuindo o CBD e aumentando o THC.

Problemas na conectividade cerebral

Para o estudo recente, os pesquisadores usaram um tensor de difusão (DTI) para examinar a matéria branca no cérebro de 56 pacientes que relataram um primeiro episódio de psicose, além de 43 participantes saudáveis.

O objetivo era examinar o corpo caloso (ligação externa), que é a maior estrutura da matéria branca no cérebro, ligando dois hemisférios. Essa substância branca consiste em grandes feixes e fibras nervosas que ligam a massa cinzenta a partir de diferentes regiões do cérebro e permite a comunicação de todo o órgão.

O corpo caloso também é carregado de receptores canabinoides; assim, o THC se liga a eles, fazendo com que as pessoas se sintam “altas”. Os pesquisadores descobriram que quanto maior a potência da cannabis e mais frequente o uso, mais significativo foram os danos às estruturas de substância branca do paciente.

Por outro lado, uma pesquisa da Universidade de Illinois apontou que a atividade física aeróbica e a aptidão cardiorrespiratória melhoram a integridade da substância branca e a conectividade cerebral.

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