Artista do tiro? Conheça a história do mais letal atirador de elite russo

26/03/2019 às 09:153 min de leitura

Tempos de guerra criam situações inusitadas para os envolvidos. Todos os esforços de um país são focados na vitória do conflito e, nesse movimento, muitas pessoas mudam suas atividades e adquirem novas habilidades. Ivan Sidorenko passou por uma situação como essa: largou a escola de arte para se tornar um dos atiradores de elite mais letais da Segunda Guerra Mundial.

Caminho da guerra

Ivan Sidorenko nasceu no dia 12 de setembro de 1919, sem muitas perspectivas na vida. Integrante de uma família pobre que vivia no estado de Smolensk, na Rússia, ele não terminou o ciclo regular de estudos. Sua verdadeira paixão era a arte e, por isso, ingressou em um renomado curso na cidade de Penza.

Ele se manteve focado em desenvolver suas habilidades como artista até 1939, quando teve início a Segunda Guerra Mundial. Antes que recebesse uma convocação, ele mesmo se alistou no Exército Vermelho com o intuito de defender seu país no conflito.

Ivan participou da Batalha de Moscou integrando a unidade de morteiros, habilidade que adquiriu durante o treinamento que recebeu na Escola de Infantaria Militar de Simferopol, na Crimeia. A função que lhe foi atribuída era relativamente tranquila, pois sempre estava afastado das linhas de frente nas batalhas.

O campo de batalha talvez tenha despertado nele desejos internos, que o fizeram se sentir demasiadamente parado em sua função. Durante suas folgas, em vez de descansar, ele saía atrás de um pouco mais de ação com um rifle Mosin-Nagant nas costas. Por estar sempre sozinho, ele precisava tomar cuidados em relação ao posicionamento e aos melhores alvos, pois se descobrissem um atirador de longa distância ele não teria chance alguma.

Treino e mais treino

A prática fez com que ele se tornasse cada vez mais letal. O número de inimigos mortos nessas incursões começou a crescer, fato que fez essa informação chegar até seus superiores no Exército Vermelho. Eles identificaram o talento nato de Ivan, que foi retirado da unidade de morteiros e passou a instruir possíveis atiradores de elite.

Os comandantes selecionavam soldados em quem identificavam potencial de visão do campo de batalha e conhecimento de armas, mas as habilidades práticas eram fornecidas por Sidorenko. Os atiradores que ele considerava mais aptos também recebiam treinamento diretamente em campo de batalha, ao lado do já experiente professor.

Atiradores de elite possuem muita vantagem sobre o inimigo, quando conseguem se esconder de forma efetiva. Para que essa tática funcione, eles quase sempre saem sozinhos em missão, fato que dificulta a contagem de inimigos atingidos. Todos querem ser considerados letais, então o número de mortes precisa sempre ser tratado com cuidado.

Oficialmente, o maior atirador de elite durante a Segunda Guerra foi o finlandês Simo Häyä, com um registro de 542 mortes confirmadas. Esse valor pode ser bem maior, pois existem fortes especulações de que ele tenha atingido mais de 700 alvos durante todo o conflito. Sidorenko não fica tão atrás, com 500 mortes, número que pode ter sido inflado pelo governo russo para exaltar a eficiência do seu exército.

Reconhecimento oficial

Independente dos registros oficiais, o relato de um aprendiz que acompanhou Ivan em uma missão mostra que o atirador era realmente eficaz. Na ocasião, ele conseguiu sozinho explodir um caminhão tanque e três tratores alemães, protelando com sucesso o avanço inimigo e sua linha de suprimentos. O lema do russo era “um tiro, uma morte”, e isso provavelmente era aplicado também a máquinas.

O campo de batalha não pode ser considerado o local mais seguro do mundo, e Sidorenko nem sempre saía ileso dele. Em diversas oportunidades, ele se feriu em combate, mas sua habilidade para treinamento era tão grande que seus superiores optaram por deixá-lo fora de missões, trabalhando apenas com o treinamento dos potenciais atiradores.

No dia 4 de junho de 1944, ele recebeu o título de Herói da União Soviética, por suas habilidades e seus serviços prestados à nação. Com o fim da guerra, em 1945, ele se aposentou como major e passou a trabalhar como capataz em uma mina de carvão. Sidorenko morreu aos 74 anos de idade, no dia 19 de fevereiro de 1994, como um marco da resistência soviética ao exército alemão.

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