Ann Mitchell, a matemática que decifrou código nazista, morre aos 97 anos

20/05/2020 às 12:202 min de leitura

A matemática Ann Mitchell morreu no último 11 de maio, aos 97 anos, em uma casa de repouso em Edimburgo (Escócia). Ela participou da equipe de Alan Turing responsável por quebrar o código nazista da máquina Enigma durante a Segunda Guerra Mundial. Com a saúde frágil pela idade, Mitchell foi diagnosticada com covid-19 recentemente.

A vida dela foi repleta de grandes feitos. Ann foi uma das únicas 5 mulheres aceitas para estudar Matemática na Universidade de Oxford em 1940. Depois de sua graduação, em 1943, passou a decifrar mensagens secretas do regime alemão em Bletchley Park.

Na década de 1950, começou a trabalhar como conselheira de orientação matrimonial no Conselho de Orientação Escocesa, onde ficou durante décadas. Nos anos 1970, voltou aos estudos e graduou-se em Política Social, com mestrado em Filosofia pela Universidade de Edimburgo. Mitchell foi responsável por uma pesquisa pioneira sobre os efeitos do divórcio nos filhos, que influenciou mudanças na lei escocesa.

Decifradora de código nazista

(Fonte: BBC/Reprodução)(Fonte: BBC/Reprodução)

Quando Mitchell foi convocada para o serviço de guerra no Ministério das Relações Exteriores, não tinha noção do trabalho que estava aceitando. Ela foi trabalhar na "cabana 6", onde foi iniciada no mundo secreto da decriptografia.

A cabana 6 desvendava códigos de alta prioridade da Luftwaffe (força aérea alemã) por meio de várias máquinas decifradoras de fabricação britânica. A matemática jurou nunca divulgar informações sobre o seu trabalho e não revelou as suas atividades nem para o seu marido.

Na década de 1970, ela ficou impressionada ao descobrir a publicação de livros sobre a Enigma. Depois da revelação do segredo, ficou encantada em poder falar de seu trabalho e passou a dar palestras por toda a Inglaterra.

Pessoa extraordinária

(Fonte: BBC/Reprodução)(Fonte: BBC/Reprodução)

A autora do livro The Bletchley Girls, Tessa Dunlop, disse: "Ann era uma raça rara. Lembro-me da arquivista da faculdade da Universidade de Oxford que me enviou seu currículo — em uma época em que as mulheres geralmente não trabalhavam nisso."

"Conhecer e falar com Ann foi uma experiência esclarecedora e alegre”, afirma a escritora. “Esposa e mãe de quatro filhos, ela combinou uma empatia gentil (daí seu trabalho posterior na área de orientação em casamento) com uma extraordinária acuidade”, Dunlop completa.

Fonte

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