Do oficial ao ‘camelô’: quem pode comprar armas no mundo?

07/03/2018 às 09:004 min de leitura

O direito ao porte de arma de fogo gera um debate que divide opiniões não só no Brasil, mas também em todo o mundo. Tanto em países onde a população tem maior acesso ao mercado das armas como nos que impõem maiores restrições nessa questão, uma coisa é certa: uns se sentem mais seguros armados, e outros se sentem mais seguros em ambientes livres de armas. 

Curiosamente, o tema voltou a ganhar destaque após o último “grande” ataque em uma escola norte-americana. E se você já não se lembra do nome da escola nem do estado em que ela fica, vai perceber que a busca por termos como “tiroteio”, “escola” e “EUA” levam a resultados quase que diários. Mudam as cidades, os graus de ensino e os nomes das vítimas, mas não o fato de que em todos os casos alguém fez disparos em direção a outras pessoas. 

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Agora, como as armas chegam às mãos de pessoas que cometem crimes? Bom, cada país tem uma história com diferentes julgamentos e convicções, assim como leis e condições para permitir ou não que alguém, além dos militares, tenha uma arma de fogo. Alguns, como o Brasil, exigem certas qualificações antes (e até depois) da compra, já outros tratam o item como uma mercadoria qualquer que pode estar na sua listinha do supermercado. 

Para provar que isso é verdade, listamos sete países com diferentes regras e procedimentos que regulamentam esse comércio bilionário: 

1 – Brasil 

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Muitos defensores do porte de arma não sabem, mas podem fazer essa desejada aquisição desde que sejam aprovados nas diversas etapas presentes de acordo com a nossa legislação. 

Primeiro, é preciso escrever uma declaração evidenciando a necessidade do porte. Depois, é necessário ser aprovado com mais de 60% de acertos em um exame de tiro com alvos em diferentes distâncias. Ok? Então, é hora de conseguir um atestado com um psicólogo credenciado confirmando perfeitas condições mentais para ter uma arma por perto e, por último, comprovar que nunca esteve envolvido em atividades criminosas. 

Caso o brasileiro em questão passe por todas as etapas, já pode efetuar uma compra. Mas por enquanto só vale pagar. Pegar, não. Antes, é necessário registrar a arma na Polícia Federal e preencher um formulário em relação ao seu transporte (procedimento que deverá ser repetido a cada deslocamento armado). Beleza? Agora, sim, a pessoa pode voltar ao vendedor e levar seu “brinquedo” para casa. 

2 – Estados Unidos 

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Na terra de Donald Trump, as leis em relação ao comércio de armas são muito mais permissivas desde muito antes de o atual presidente assumir a posse e estão ligadas diretamente à Constituição que fundou a nação. Apesar de algumas regras variarem de estado para estado, principalmente em relação ao tempo de espera, é bastante simples comprar armas por lá: basta não possuir antecedentes criminais, que incluem violência doméstica, e não ser um imigrante ilegal. Nos Estados Unidos, há mais armas em circulação do que pessoas! 

3 – México 

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Ao sul do sonhado muro de Trump, o maior obstáculo que um mexicano pode enfrentar para comprar uma arma é a distância, já que a única loja regulamentada está na Cidade do México. Antes de pegar a estrada, é preciso comprovar junto às autoridades locais estabilidade profissional e um passado livre de atividades ilícitas. Na capital do país, é só escolher, pagar e registrar impressões digitais. Pronto. 

4 – Rússia 

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Estima-se que o número de armas ilegais na Rússia seja três vezes maior que o das legalizadas; ou seja, existem leis, apesar de muita gente agir fora dela. Dentro da lei, primeiro o russo precisa tirar uma licença de caça ("por motivos de": urso) ou declarar razões para defesa pessoal. Se considerarem os motivos justos, uma bateria de cursos e testes deve ser superada. 

Legislação, manejo da arma e primeiros socorros são algumas das habilidades examinadas, assim como um histórico limpo de crimes e drogas e uma declaração médica alegando plenas condições mentais. Se tudo estiver de acordo com a lei, o russo pode solicitar a licença para comprar uma arma ao seu estilo. 

5 – China 

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Com quase 1 bilhão e meio de habitantes, a China oferece condições muito mais limitadas para a sua população, mesmo sendo a terra onde a pólvora foi inventada. O chinês até pode comprar uma arma, mas não pode levá-la para casa. Isso porque, depois de ter sua solicitação aceita pelo governo, deve garantir que a arma fique alojada em algum estabelecimento oficial — seja na cidade, seja no campo. Assim como em outros países, o histórico mental e criminal é levado em consideração, além de habilidades de manejo e tiro. A China é o segundo país com mais medalhas olímpicas no tiro esportivo, atrás apenas dos Estados Unidos. 

6 – Japão 

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Na vizinhança asiática, os japoneses podem guardar armas em casa, mas para chegarem a esse ponto precisam passar por um processo exaustivo que começa por um clube de caça ou tiro, aulas e exames escritos que são realizados diversas vezes em 1 ano. Como de costume, autorizações médicas e psicológicas também são obrigatórias. Mas isso é só o início. 

O japonês ainda passa por mais uma série de treinamentos e entrevistas com autoridades que avaliam não só a vida do solicitante, mas também a dos seus familiares, amigos e demais pessoas próximas. Se tudo for considerado OK, ainda é necessário um certificado fornecido pelo vendedor descrevendo exatamente a arma negociada. Além de instalar uma trava de segurança, o comprador tem de possuir um local de armazenamento para o seu novo equipamento dentro das regulamentações japonesas, o qual será fiscalizado periodicamente pela polícia. 

7 - Iêmen 

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Agora, se você chegou até aqui cansado de tantos empecilhos impostos em diferentes partes do mundo, é hora de conhecer o Iêmen.  Com cerca de 28 milhões de habitantes, o país mais pobre do “mundo árabe” faz fronteira com o sul da Arábia Saudita e não impõe barreiras para o comércio de armas. Pode ser pistola, metralhadora, rifle, fuzil, bazuca ou lança-granadas  não importa; eles vendem até no “camelô” para qualquer um que tenha dinheiro para comprar. 

Segundo levantamentos, o Iêmen briga com a Sérvia pelo segundo lugar no ranking de “armas per capita”, ficando atrás apenas de quem? Dos Estados Unidos. 

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