MI6 reconhece trabalho de espião que salvou 10 mil judeus na Segunda Guerra

22/03/2018 às 08:302 min de leitura

Tranquilo, um pouco acima do peso e usando óculos, Frank Foley era o tipo de espião que lembraria mais um civil nas atribulações do dia a dia do que um James Bond.

É por isso que o atual chefe do MI6, Sir Alex Younger, diz que o Major Francis Edward Foley era um “oficial de inteligência efetivamente eficaz”. Foley era conhecido como a “Pimpinela Escarlate dos judeus”, após ter resgatado mais de 10 mil da morte certa nas mãos dos nazistas.

Sessenta anos após sua morte, Foley recebeu uma das honras mais raras concedidas pela agência de inteligência britânica: reconhecimento por um trabalho bem-feito.

Normalmente, se diz que, no caso do MI6, seus sucessos são mantidos em segredo e seus fracassos, divulgados. Porém, no caso de Foley, foi promovida uma cerimônia especial na sede do MI6, onde a organização contou à família de Foley e ao Fundo Educacional do Holocausto sobre o legado de seu trabalho para a agência.

Foley

Na década de 1930, Foley trabalhou disfarçado como oficial de controle de passaportes no Consulado Britânico em Berlim e quebrou as regras para dar aos judeus os vistos necessários para que escapassem da Alemanha. Ele chegou a entrar em campos de concentração para tirá-los de lá.

As habilidades de Foley não eram consideradas apenas boas, mas sim excelentes, e passaram a ser o modelo usado para treinar muitas gerações de oficiais no MI6!

Um pouco da história

Foley nasceu em 1884 e, aos 14 anos, foi enviado para estudar em um seminário jesuíta na França com a intenção de se tornar padre. Em vez disso, ele decidiu seguir uma carreira acadêmica e se tornou fluente em francês e alemão.

Ele estava em Hamburgo estudando filosofia quando a Primeira Guerra Mundial começou. Em vez de aceitar ser preso pelo governo alemão (o que era feito com muitos estrangeiros durante a duração de uma guerra), Foley roubou um uniforme militar e escapou da Alemanha de trem. Ele fingiu ser um oficial a caminho das linhas de frente.

estatua

De volta à Grã-Bretanha, se formou na Real Academia Militar de Sandhurst e foi contratado como segundo tenente. Ao se aposentar do Exército em 1921, foi encorajado a se juntar à inteligência britânica, e assim, durante os anos 20 e 30, recrutou agentes e forneceu informações a respeito dos desenvolvimentos militares na Alemanha.

Quando Hitler subiu ao poder, em 1933, milhares de judeus tentaram escapar da Alemanha. Para solicitar um visto para a Palestina, os candidatos tinham que pagar £1,000, uma quantidade enorme de dinheiro, especialmente se formos considerar que o governo nazista havia congelado as contas bancárias judaicas. Foley, no entanto, encontrou formas de conseguir os documentos para aqueles que precisavam, ainda que ao fazer isso estivesse correndo um grande risco.

Ele convenceu oficiais de campos de concentração de que os internos haviam sido presos antes de sua documentação ficar completa, entrou nos campos, entregou os vistos aos presos e os levou para fora dali.

Foley também participou da operação Double Cross, onde ajudou a dirigir uma rede de agentes duplos que convenceram Hitler de que as invasões do Dia D ocorreriam em Passo de Calais, em vez da Normandia.

Embora Foley seja conhecido como o homem que salvou 10 mil judeus, o número exato de vidas salvas por ele pode nunca ser conhecido.

major

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