Acredite se quiser: esta família não sente dor

03/04/2018 às 13:242 min de leitura

A sensação de dor, para a maioria das pessoas, não é agradável. Seja uma topada com o dedo do pé no armário ou um exercício levado ao limite, a sensação nos faz querer chorar, gritar ou cair no chão, por exemplo. Por outro lado, ela funciona como um bom mecanismo de defesa, alertando nosso corpo para que não passe dos seus limites e seja danificado de forma irreparável. A história que vamos contar aqui é de uma família italiana que simplesmente não sabe o que é sentir dor.

Dor

Os seis membros da família Marsilis possuem uma rara mutação genética que os deixa com uma baixíssima sensibilidade à dor. Isso significa ossos quebrados, bocas queimadas e outras lesões dolorosas sem sentir nada.

Obviamente, cientistas estão estudando essas seis pessoas, que incluem a avó (78 anos), suas duas filhas (50 e 52 anos) e os netos (dois meninos e uma menina, com 24, 21 e 16 anos). Em referência a eles, únicos no mundo com situação semelhante registrada, a condição foi batizada como síndrome de Marsili.

Segundo o principal cientista estudando o case na University College London, James Cox, a família possui densidade comum de nervos intraepidérmicos, responsáveis pela transmissão da sensação de dor, eles só não trabalham como deveriam.

O dia a dia

A avó, Letizia Marsili, explicou para a BBC News que a família nunca viu a síndrome como algo negativo, apesar de ter suas desvantagens. Por exemplo, seu neto tem os tornozelos extremamente sensíveis devido a microfraturas que adquiriu enquanto jogava futebol. Outro problema recorrente são queimaduras no céu da boca de todos da casa, devido à ingestão de líquidos quentes. Provavelmente a família nunca soube o que é soprar uma sopa antes de tomá-la.

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Do ponto de vista científico, a família é uma ótima fonte de pesquisa, pois através do mapeamento genético desses indivíduos descobriu-se que o gene ZFHX2 possui uma mutação em todos da casa. Como confirmação da descoberta, ratos foram alterados geneticamente com foco no mesmo gene, e ninguém ficou surpreso quando eles apresentaram uma alta tolerância à dor.

Com essa constatação, a professora Anna Maria Aloisi, coautora do estudo, espera ter criado um novo rumo na manipulação de drogas mais modernas contra a dor. Segundo ela, com mais pesquisas para entender exatamente como a mutação impacta na sensibilidade à dor e observando se outros genes também estão envolvidos, seria possível identificar novos alvos para o desenvolvimento de medicamentos.

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