FBI ajuda a identificar a cabeça de uma múmia de 4 mil anos de idade

23/04/2018 às 08:302 min de leitura

Em 2009, o Museu de Belas Artes de Boston fez uma exibição de sarcófagos, estátuas e vasos – os “segredos” de uma tumba egípcia que os arqueólogos descobriram mais de nove décadas atrás, na cidade de Deir el-Bersha. Entre o conjunto de artefatos da tumba, conhecida como 10A, havia uma cabeça mumificada. Entretanto, os curadores não faziam ideia a quem pertencia.

O túmulo tinha sido o local de descanso final do governador da cidade no início do Médio Império Egípcio, chamado Djehutynakht e sua esposa, também chamada Djehutynakht. Mas quando a tumba foi encontrada pelos arqueólogos, eles perceberam que ela já havia sido saqueada por ladrões, sendo que a cabeça havia sido deixada embrulhada em cima de um dos sarcófagos.

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É dele ou dela?

Os pesquisadores não conseguiram determinar se a cabeça era do cadáver masculino ou feminino. Uma tomografia computadorizada dos ossos do crânio revelou que os componentes da mandíbula, que poderiam identificar o sexo, haviam sido removidos. A extração de DNA de múmias egípcias antigas era considerada impossível, especialmente porque as condições climáticas quentes e secas do Egito deterioram rapidamente o DNA. Entretanto, o caso foi finalmente resolvido com a ajuda do FBI.

De acordo com as descobertas de Odile Loreille – uma analista veterana do FBI que já recuperou DNA de vítimas do Titanic, antigos ursos das cavernas e dois filhos assassinados da família Romanov –, o crânio é do sexo masculino, o que significa que provavelmente eram os restos mortais de Djehutynakht, o governador.

Ascendência eurasiana

"Coletar dados de múmias egípcias é um dos cálices sagrados do DNA ancião", afirmou Pontus Skoglund, geneticista do Instituto Francis Crick, em Londres, que participou do estudo. "Foi muito emocionante ver que Odile conseguiu algo que parecia ser um autêntico DNA ancião."

Mas havia perguntas, inclusive de Loreille, sobre a extração. Esse foi o primeiro DNA a ser extraído de uma múmia egípcia ou teria ele sido contaminado? Surpreendentemente, enquanto os egípcios modernos estão intimamente relacionados com africanos da região subsaariana, o DNA mitocondrial extraído da múmia indicava que o governador tem ascendência eurasiana.

Para confirmar os resultados, a equipe do FBI enviou amostras a Harvard e ao Departamento de Segurança Interna para mais testes. Esses resultados também indicaram ancestralidade eurasiana.

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