Eyre Highway: o vazio da estrada é um convite ao verdadeiro estilo outback

04/10/2018 às 05:003 min de leitura

Pé na estrada aqui, só para os realmente aventureiros. Para captar o que é cruzar a Eyre Highway, vamos primeiro colocá-la em contexto: seus 1.660 quilômetros fazem parte da Highway 1, a maior estrada nacional do mundo, que liga os seis grandes estados australianos e suas principais cidades. São 14.500 quilômetros de chão para dar a volta completa na Highway 1, uma estrada circular que margeia o país pelo litoral, onde estão localizadas as grandes cidades e capitais desse vasto pedaço de terra.

Na parte sul da Highway 1, ligando a Austrália Ocidental até a Austrália Meridional (estado que engloba a região centro-sul do país), encontramos a Eyre Highway: uma inóspita estrada que atravessa a planície Nullarbor, indo de Perth a Adelaide. A região é árida e abriga a maior base rochosa de calcário do mundo. Sua porção mais a leste é ligeiramente mais povoada com vilarejos e algumas casas de beira de estrada, mas por ¾ de chão rumo a oeste a vista é uma vastidão solitária e sem vida.

Cadê a sombra?

A planície de Nullarbor recebeu esse nome não por acaso. Deriva do latim: nullus = não e arbor = árvore, sem árvores. A vegetação é rasteira e a terra é calcária, combinação que proporciona um verdadeiro clima de deserto. Culturalmente, cruzar a Eyre Highway é para muitos um feito admirável, daqueles para você se sentir um verdadeiro explorador do outback australiano.

A rodovia que atravessa essa planície vazia foi fundada em 1941, exatamente 100 anos depois que o desbravador inglês Edward John Eyre encarou pioneiramente a jornada de cruzar a região por terra. A rodovia, portanto, leva o seu nome em sua homenagem.

Reta sem fim

Desde 1976 toda a extensão da estrada foi pavimentada e, portanto, é mais civilizado topar o desafio hoje que outrora. Mesmo assim, esteja preparado para off-roads e tração nas 4 rodas, pois a rota passa por áreas remotas. Outro desafio é dirigir pelo retão de 145 quilômetros contínuos sem sequer uma curva. Esse trecho vai de Balladonia a Caiguna e é chamado de 90 miles straight. É uma das retas mais extensas do mundo, perdendo apenas para a Highway 10 na Arábia Saudita, com 260 quilômetros sem curvas.

A caminho do fim do mundo

Entretanto, não pense que dirigir por essa estrada conduz você apenas aos quilômetros sem fim. Há impactantes recompensas pelo caminho para quem se dispõe a fazer essa viagem. Cenários espetaculares com grutas, cavernas, praias de areia branca e até a maior floresta de eucaliptos do mundo estão por essa trilha.

A estrada também o leva às famosas Bunda Cliffs  que em português soa provocativo, mas, ao contrário do que possa parecer, não ganhou fama pelo nome. O sugestivo título denomina o conjunto de falésias na região e, como tudo na Austrália parece ser grandioso — a natureza parece ter escolhido esse país para alcançar recordes mundiais , Bunda Cliffs faz parte da maior linha ininterrupta de falésias do mundo. A sensação ao visitar o local é a de estar à beira do fim do mundo.

E para quem gostou da parte de fazer turismo encontrando recordes mundiais pelo caminho, há mais um motivo para explorar o lugar: na estrada encontra-se um trecho da Dingo Fence, a mais extensa cerca do mundo, com 5.614 quilômetros, construída no século XIX para conter a disseminação de pragas e manter os Dingos, cachorros nativos da região, fora da rota dos rebanhos de ovelhas.

A fama de exótico e excêntrico não colou no país a troco de nada: a Austrália esconde nas suas peculiaridades um mundo totalmente à parte.

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