A maior extinção da História pode ter sido causada por um micro-organismo

14/04/2014 às 07:092 min de leitura

O que teria causado a grande extinção na Terra há cerca de 252 milhões anos atrás? Erupções de vulcões? Impacto de meteoros? Aparentemente, de acordo com um novo estudo, não foi nada disso. Segundo alguns cientistas, o que teria causado a aniquilação de milhares de espécies do mundo foi apenas a ação de certo tipo de micro-organismo.

Essa teoria, que já está sendo investigada há algum tempo, ganhou reforço com uma nova pesquisa feita por cientistas do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) — liderada pelo geofísico Daniel Rothman. Eles encontraram novas evidências sobre a extinção em massa mais devastadora da história do nosso planeta.

Metano

A pesquisa da equipe indica que o evento catastrófico foi, de fato, desencadeado pelos mais minúsculos dos organismos, uma bactéria que liberava um gás metano chamada Metanosarcina. Segundo os estudos, esses micro-organismos apareceram em grande número em todos os oceanos do mundo, espalhando vastas nuvens de gás metano e carbono para a atmosfera.

Esse fenômeno resultou em um efeito de alteração do clima do planeta, sendo de uma maneira tão intensa que o tornou inóspito para a maioria das outras formas de vida que habitavam a Terra naquela época, no fim do período Permiano.

As outras teorias sobre a extinção em massa (forte atividade vulcânica e meteoros) também poderiam ser plausíveis, mas, de acordo com os cientistas, existem inconsistências que não condizem com os novos resultados encontrados nessa pesquisa.

Teorias e evidências

Rocha do período Permiano Triássico que foi estudada na China Fonte da imagem: Reprodução/Gizmag

Segundo o que os especialistas encontraram (utilizando as avaliações do ciclo do carbono), um evento de extinção devido à atividade vulcânica extrema não seria possível, pois, de acordo com as novas evidências investigadas pelo MIT, essas erupções não representariam os níveis carboníferos presentes nos sedimentos das rochas (estudadas na China).

Gregory Fournier, um dos pesquisadores do projeto, afirmou que "a rápida injeção inicial de dióxido de carbono de um vulcão seria seguida por uma diminuição gradual" e este decréscimo gradual não estava presente no sedimento avaliado. Em vez disso, os níveis de carbono continuaram a aumentar exponencialmente, gerando, assim, ainda mais dúvida sobre a teoria vulcânica e apoiando mais evidentemente a hipótese microbiana.

Porém, existe sim uma ligação da atividade vulcânica com a ação dos micro-organismos. Embora a equipe não acredite que os elevados níveis de vulcanismo foram responsáveis ​​pela própria extinção, eles acreditam que poderia ter sido o catalisador.

Oceanos contaminados

O aumento repentino e devastador de gases contendo carbono durante a extinção do fim da era Permiana é ligado a uma enorme disseminação da Metanosarcina. No entanto, para isso acontecer, os micróbios exigiriam uma fonte abundante de carbono e níquel, sendo que ambos foram descobertos nesta nova análise de sedimentos na China e poderiam ter sido amplamente espalhados através de uma erupção vulcânica.

A teoria da Metanosarcina é ainda reforçada por resultados da pesquisa que mostram que, no momento da extinção do fim do período Permiano, as bactérias tinham sido submetidas a uma transferência genética de outro micróbio. Com isso, a Metanosarcina aumentou a sua capacidade de produzir metano a uma taxa abundante.

Tendo a atividade vulcânica como catalisador, essas bactérias foram capazes de se espalhar através dos oceanos do nosso planeta de forma descontrolada. A liberação de metano teria o efeito de aumentar os níveis de dióxido de carbono nas águas, fazendo com que a acidificação dos oceanos alterasse todo o ecossistema, tanto marítimo quanto terrestre.

Enquanto a equipe faz questão de salientar que nenhuma evidência pode provar definitivamente o que causou a extinção do fim do período Permiano, a combinação de vulcanismo e a liberação de metano parece ser a teoria mais convincente.

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