Origem da vida: você pode ter vindo de pedaços de gelo interestelar

05/03/2013 às 11:302 min de leitura

A panspermia cósmica é uma das hipóteses sobre o surgimento de vida no planeta Terra. A teoria surgiu na Grécia Antiga e se baseia na ideia de que a vida foi trazida do espaço em meteoritos, que carregavam formas primárias de vida. Segundo a teoria, estas formas de vida saíram de algum ponto distante do espaço, chegando até aqui para formar o que somos hoje.

Até então, a hipótese era descartada no meio cientifico, embora os cientistas já tenham encontrado matéria orgânica trazida em meteoritos. No entanto, nesta semana uma equipe de pesquisadores anunciou a descoberta de duas “moléculas formadoras de vida”, que se encontram flutuando em pedaços de gelo perto do centro da galáxia.

Para a visualização foi necessário usar um telescópio gigante chamado Green Bank, e a coleta de dados foi feita em grande parte por universitários que participavam de um programa extracurricular de verão.

Green Bank, telescópio utilizado na pesquisa Fonte da imagem: Reprodução/NRAO Outreach

Tudo começou com a análise detalhada de uma gigantesca nuvem de gás, que está a cerca de 26 mil anos-luz de distância da Terra. Para isso, os pesquisadores utilizaram a chamada espectroscopia de rotação, uma nova técnica para identificar moléculas de gases.

O sistema funciona por meio da gravação de um tipo de “impressão digital” da radiação de micro-ondas emitidas pelas moléculas de gás. Comparando estas “impressões digitais” interestelares com moléculas já conhecidas, os astrônomos podem identificar o gás, mesmo quando (como neste caso) as moléculas se encontram muito mais próximas do núcleo galáctico do que da própria Terra.

Moléculas do DNA espalhadas pelo espaço!

Foi em meio a estas pesquisas que a equipe descobriu duas moléculas que podem ajudar e explicar a origem da vida: cianometanimina (precursora da adenina, componente químico do DNA) e etanamina (um precursor para a formação da alanina, aminoácido também presente no DNA).

Embora não seja possível afirmar que possa existir qualquer tipo de vida alienígena formada pelos mesmos componentes, a descoberta faz com que a teoria da panspermia deixe de parecer tão absurda assim. O que pode ter acontecido é que tais moléculas encontraram na superfície terrestre o ambiente perfeito para a interação com outros componentes, além de maiores possibilidades de evolução do que no espaço.

Isso aumenta a lista de moléculas que não foram criadas espontaneamente na Terra e passamos a perceber que a origem da vida por aqui conta com muito mais “importações” de elementos do que podemos imaginar. Além disso, ao voltar na origem da vida no planeta e observar a formação de organismos, os cientistas também podem passar a recriar a vida em laboratório.

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