Via Láctea pode conter um buraco de minhoca como o de 'Interestelar'

23/01/2015 às 08:172 min de leitura

Se você já assistiu ao mais recente sucesso cinematográfico de Christopher Nolan, “Interestelar”, então faz alguma ideia de o que são os túneis de espaço-tempo – também conhecidos pelo nome de “buracos de minhoca”. Um estudo recente de um grupo de pesquisadores de vários países levantou a possibilidade de que a nossa própria galáxia esteja em uma versão estável e navegável desse tipo de distorção dimensional.

A hipótese foi explicada em um trabalho publicado no periódico científico Annals of Physics, do qual participaram estudiosos da Itália, dos Estados Unidos e da Índia. Segundo Paulo Salucci, astrofísico da Escola Internacional de Estudos Avançados (SISSA, na sigla em italiano), a teoria foi resultado da combinação do mapa da distribuição da matéria escura na Via Láctea com o modelo mais recente do Big Bang e o conceito da existência das pontes de Eistein-Rosen – as passagens de espaço-tempo em questão.

Salucci afirma que, ao combinar os três conceitos, torna-se possível que nossa galáxia realmente contenha um desses túneis, que teria o mesmo tamanho que a Via Láctea propriamente dita. “Nós poderíamos até viajar por esse túnel, já que nossos cálculos indicam que ele pode ser navegável. Exatamente como o que todos vimos no recente filme ‘Interestelar’”, explica.

Teoria e prática

Conceitos como os túneis de espaço-tempo ganharam popularidade e caíram na boca da população em geral graças ao filme de Nolan, mas são algo que vem sendo estudado há muito mais tempo pelos astrofísicos. “Obviamente não estamos afirmando que nossa galáxia definitivamente é um buraco de minhoca, mas simplesmente que, de acordo com modelos teóricos, essa hipótese é uma possibilidade”, pontua Salucci.

O pesquisador ressalta que a teoria poderia ser testada em princípio ao comparar duas galáxias – a nossa e alguma outra bastante próxima, como a Nuvem de Magalhães, por exemplo. Ainda assim, ele afirma que “ainda estamos muito distantes de qualquer possibilidade real de sermos capazes de levar esse processo comparativo adiante”.

Outro mistério

Além da hipótese que beira à ficção, Salucci afirma que o estudo realizado pelo grupo é de grande interesse por conta de sua proposta de uma reflexão mais complexa a respeito da matéria escura. Segundo o pesquisador, os cientistas há muito tempo vêm tentando explicar exatamente o que é a matéria escura usando a hipótese da existência de uma partícula específica chamada neutralino, que nunca foi vista no universo nem identificada pelo CERN.

Embora existam outras teorias que tentam chegar a uma explicação sem depender dessa partícula, Salucci acredita que os estudiosos ainda não levaram essa questão a sério. “A matéria escura pode ser ‘outra dimensão’, ou talvez até um grande sistema de transporte galáctico. De qualquer forma, nós realmente precisamos começar a nos perguntar o que ela é”, conclui.

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