Como se lida com emergências médicas na Estação Espacial Internacional?

18/01/2016 às 06:433 min de leitura

A Estação Espacial Internacional (EEI) já apareceu aqui no Mega Curioso em diversas oportunidades. Afinal, há muitos pontos interessantes e curiosos sobre o laboratório que circula na órbita terrestre. Mas uma publicação do site da BBC levanta uma questão importante: o que acontece se houver uma emergência médica de cunho mais grave na estação?

Os astronautas são preparados para passar seis meses na EEI e recebem treinamento específico para tratar os problemas médicos mais comuns de se ocorrerem por lá. Alguns exemplos dessas emergências são enjoos, dores de cabeça e nas costas, problemas de pele, queimaduras e situações envolvendo a arcada dentária. Entretanto, tudo isso ainda é muito básico perto das ocorrências médicas graves que podem acontecer.

Os viajantes recebem acompanhamento médico rigoroso durante os meses que antecedem e que sucedem o período que passam na EEI. As famílias dos astronautas também são monitoradas durante esse tempo. Tudo isso visa diminuir e prevenir ao máximo as ocorrências mais graves de saúde no espaço.

Mesmo que nunca tenham acontecido maiores problemas, e casos mais graves sejam muito difíceis de ocorrer, a NASA estuda diversas formas de poder resolvê-los. Além de recursos tecnológicos, a organização procura aprender muito com as experiências de alguns locais na Terra. Os itens a seguir explicam como esse trabalho acontece.

Como se faz hoje

Como os próprios astronautas recebem treinamento para situações médicas básicas, o conjunto médico presente na estação também não possui componentes mais complexos destinados ao atendimento de emergências médicas de maior gravidade. Além de um kit de primeiros socorros e um livro de condições médicas, há um desfibrilador, um ultrassom portátil, um aparelho oftalmológico e dois litros de solução salina.

Em contrapartida, o aparelho ultrassom utilizado na EEI é avançado e faz registro de imagens muito claras da parte interna do corpo. Essas fotografias são enviadas para a Terra, onde uma equipe médica vai ajudar com o diagnóstico. Entretanto, não há muitas maneiras de reparar os problemas que venham a ser descobertos.

A grande questão é a complicação para que, por exemplo, cirurgias sejam realizadas em órbita. A gravidade reduzida pode fazer com que os fluídos corporais, ao saírem do corpo, acabem flutuando e se espalhando por todo o ambiente. Dessa forma, não há justificativa para um preparo mais avançado dos astronautas visando ocorrências médicas graves.

Mesmo assim, a equipe presente na EEI não está livre de sofrer com alguma situação assim. Além disso, não há uma saída viável, pois a volta para o planeta dura cerca de 3 horas, e a nave espacial Soyuz, que fica atracada na estação, também não conta com aparatos necessários para fazer um possível enfermo aguentar esse tempo de viagem.

A aeronave Soyuz

Sabendo disso, a NASA e demais agências espaciais internacionais realizam o trabalho de acompanhamento médico antes e no pós-período em órbita, o que é essencial para evitar maiores complicações. Para poder lidar com qualquer emergência na EEI, tentando também diminuir a possibilidade de casos mais graves, as organizações buscam experiências na Terra.

Experiência em locais isolados do planeta

O que acontece em regiões rurais, de difícil acesso e infraestrutura limitada, tem muito com o que contribuir para os desafios encontrados na EEI. O Dr. Fred Papali, que trabalha na área de medicina intensiva da Universidade de Maryland, EUA, ressalta essa relação de semelhança ao traçar um paralelo com ambas as situações de isolamento na Terra e no espaço. Ele enfrentou severas dificuldades quando trabalhou em hospitais do Haiti e do sul do Sudão. 

Segundo Papali, um dos recursos que contribuem muito para essas regiões isoladas na Terra é o uso do equipamento de ultrassom, capaz de realizar diagnósticos rápidos em situações emergenciais. “É uma tecnologia simples e revolucionária, que atinge uma visão mais aprofundada”, afirmou o médico à BBC.

Assim, o aprendizado e a contribuição com experiências médicas de emergência são uma via de mão dupla. Isso porque as alternativas e recursos utilizados na EEI, como o tratamento médico remoto utilizando link de áudio e vídeo, pode ser uma importante saída para as áreas isoladas do planeta. “Intervenções de baixo investimento podem fazer a diferença entre a vida e a morte”, declarou Papali.

A equipe na EEI é beneficiada pelo uso de áudio e vídeo para instruções médicas aprofundadas em comunicação com especialistas na Terra

Nesse sentido, a NASA e a Agência Espacial Europeia resolveram assumir esse papel e atualmente realizam compartilhamento de inovações e benefícios tecnológicos com a comunidade científica e médica mundial. Um exemplo é o treinamento para lidar com situações de saúde às quais os astronautas são submetidos. Ele também se torna importante para pessoas que vivem em áreas com poucos recursos médicos, materiais e humanos.

 As alternativas estudadas pelos cientistas

Buscando melhorar ainda mais o preparo e a estrutura para os astronautas na EEI, cientistas americanos e europeus seguem trabalhando em alternativas para o atendimento médico espacial. Formas de evitar o espalhamento de sangue e um robô para realização de cirurgias remotas são alguns dos pontos em foco para desenvolvimento. Esses aprimoramentos tecnológicos e de treinamento pessoal vão ser essenciais para que a humanidade consiga realizar viagens espaciais de maiores distâncias e, consequentemente, longa duração.

Que tipo de tecnologias você acredita que poderão ajudar em ocorrências médicas no espaço? Comente no Fórum do Mega Curioso

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