'Saboneteira de Correggio': a assassina que fazia sabão com suas vítimas

06/07/2015 às 12:273 min de leitura

No início da década de 30, Leonarda Cianciulli era ainda muito jovem quando visitou uma vidente pela primeira vez e, naturalmente, ficou muito chocada quando ouviu que, no futuro, todos os seus filhos iriam morrer. Assustada, visitou outra cigana que leu suas mãos e disse que na direita ela via uma prisão, e na esquerda um sanatório. Previsões nada felizes, não?

E, ao que tudo indica, as duas previsões estavam certas – ou Leonarda ficou condicionada a fazer com que se tornassem realidade. Ela era dona de uma pequena loja na cidade de Correggio, na Itália, e era vista como uma pessoa gentil, legal e muito bem-quista por todos que a conheciam. Por trás dessa imagem popular, no entanto, escondia-se uma mulher que engravidou 17 vezes, tendo abortado em três ocasiões e vendo outros 10 filhos morrerem ainda jovens.

Foi para proteger os quatro filhos restantes que a supersticiosa Leonarda decidiu sacrificar vidas humanas como alguma forma de garantia – principalmente depois de descobrir que o seu favorito, Giuseppe, tinha acabado de se alistar para o exército italiano, às vésperas da Segunda Guerra Mundial.

As primeiras vítimas e os bolinhos de chá

Faustina Setti estava desesperada em busca de um marido, e recorreu à gentil Leonarda para pedir ajuda, visto que a lojista era vista também como uma mulher aconselhadora e bondosa. Cianciulli disse a Faustina que havia encontrado o homem perfeito em uma cidade próxima, mas pediu que isso fosse um segredo entre elas.

Leonarda então convenceu Setti a deixar prontas algumas cartas que deveriam ser enviadas aos seus familiares e conhecidos quando ela chegasse à essa outra cidade, dizendo que tudo estava bem.

No dia da viagem, Faustina resolveu se despedir de Leonarda, que ofereceu uma taça de vinho para sua amiga. O único detalhe é que havia drogas na bebida, e assim que Faustina Setti desmaiou, Cianciulli a golpeou com um machado e levou o corpo para um quartinho para cortá-lo em nove pedaços. O que aconteceu depois é uma descrição da própria assassina:

"Joguei os pedaços em uma panela, adicionei 7 kg de soda cáustica, que eu havia comprado para fazer sabão, e misturei tudo até que os pedaços se dissolvessem em uma pasta escura que eu, então, despejei em vários baldes que esvaziei depois em uma fossa. O sangue que ficou na pia, eu esperei que coagulasse, coloquei para secar no fogão, triturei e misturei com açúcar, chocolate, farinha, leite e ovos, além de um pouco de margarina, misturando todos os ingredientes. Fiz diversos bolinhos de chá e servi a todas as mulheres que vieram me visitar, sendo que eu e Giuseppe também comemos alguns".

Existem registros que inclusive dizem que Leonarda recebeu todas as economias da vítima – cerca de 30 mil liras –, como forma de pagamento pela ajuda.

Pouco tempo depois da morte de Faustina, foi a vez de Francesca Soavi ser enganada por Leonarda, que dessa vez disse à sua vítima que havia encontrado para ela um emprego em Piacenza.

As três vítimas de Leonarda

Os métodos variavam pouco: Leonarda convenceu Francesca a manter segredo sobre o assunto e escrever as mesmas cartas dizendo que estava tudo bem. E, novamente, na última visita de Francesca antes de viajar, Cianciulli colocou drogas na taça de vinho da vítima e seguiu com a execução utilizando o mesmo machado.

O corpo de Soavi recebeu o mesmo tratamento dado ao de Francesca, sendo dissolvido em soda cáustica e depois despejado em uma fossa. Dessa vez, Leonarda embolsou 3 mil liras.

A última vítima, os sabonetes e a prisão da "Saboneteira de Correggio"

Virginia Cacioppo era uma soprano italiana que buscou a ajuda de Leonarda Cianciulli para conseguir um emprego. A assassina, como das outras duas vezes, prontamente conseguiu uma posição de secretária de um empresário em Florença. Virginia também deveria guardar segredo, mas ao que tudo indica ela não fez as cartas para dizer que estava tudo certo.

O "modus operandi" do assassinato foi o mesmo. "Ela também terminou em uma panela, como as outras duas... Mas o corpo dela era gordo e branco e quando derreteu eu adicionei um pouco de perfume. Depois de um bom tempo de derretimento, consegui fazer sabonetes cremosos mais aceitáveis. Dei algumas barras para vizinhos e conhecidos. Os bolinhos, também, eram melhores: aquela mulher era realmente doce", confessou Leonarda.

A irônica assassina recebeu, como pagamento de Cacioppo, 50 mil liras e diversas joias. Mas o que ela não contava era que a cunhada da vítima fosse suspeitar do desaparecimento de Virginia e alertar as autoridades locais.

Como a vítima foi vista pela última vez entrando na casa de Leonarda, o superintendente da polícia abriu uma investigação, e logo Cianciulli foi presa. Ela confessou os crimes sem qualquer remorso e deu todos os detalhes de como eles aconteceram.

Leonarda Cianciulli foi condenada, em 1946, a 30 anos de prisão e mais três anos em um sanatório. A assassina morreu em 1970, aos 78 anos, em uma bizarra coincidência (ou não) com a profecia que foi feita a ela ainda durante a juventude.

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