Astronautas provocaram colisão na Lua que a fez vibrar como um sino

05/01/2015 às 10:232 min de leitura

Todo mundo sabe que a Apollo 12 foi a segunda missão do Programa Apollo da NASA a pousar na Lua. Além disso, essa foi a primeira vez que uma nave realizou um pouso de precisão em um local específico da superfície lunar, e o principal objetivo da viagem foi o de recuperar peças da sonda Surveyor 3 que havia sido enviada  ao satélite um par de anos antes, para que os cientistas da agência espacial pudessem avaliar os efeitos da sua permanência no espaço.

No entanto, o que nem todo mundo sabe é que durante essa missão a tripulação — composta pelos astronautas Richard Gordon, Alan Bean e Charles Conrad — da Apollo 12 provocou a colisão de uma peça de metal com 2,5 toneladas contra a superfície do satélite. O mais curioso é que essa trombada fez com que a Lua reverberasse feito um sino por quase uma hora.

Sino lunar

Segundo uma matéria publicada nos anos 70 pela revista Popular Science, esse fato intrigante — assim como outras descobertas realizadas pelas missões Apollo 11 e 12 — foi levado em conta quando a Apollo 13 estava sendo planejada, tanto que um dos experimentos que deveriam ter sido conduzidos pela tripulação consistia em provocar uma colisão na superfície lunar para recriar a intrigante reverberação.

Como você sabe, os astronautas da Apollo 13 tiveram um probleminha durante a viagem, e o pouso na Lua foi abortado. Contudo, eles deveriam ter provocado a colisão de um objeto com 15 toneladas contra a superfície lunar para ver o que acontecia. Aliás, uma das teorias que chegou a ser proposta na época era a de que para que tal fenômeno pudesse acontecer, o nosso satélite deveria ser oco.

Tremores

Na verdade, de acordo com a NASA, vários sismógrafos foram deixados na superfície da Lua durante os anos de 1969 e 1972, e análises dos dados coletados por esses equipamentos revelaram que o nosso satélite é sismicamente bem ativo.

Segundo os cientistas, existem ao menos quatro tipos de terremotos diferentes na Lua: os profundos, que ocorrem cerca de 700 quilômetros sob a superfície; os térmicos, provocados pela expansão da crosta lunar decorrente da exposição aos raios solares; os superficiais, detectados entre 20 e 30 quilômetros sob a superfície, e os sismos ocasionados pelo impacto de meteoritos — ou seja, semelhante ao testemunhado pelos astronautas.

Além disso, os terremotos lunares são diferentes dos que ocorrem na Terra, apresentando duração muito mais longa do que os que são observados por aqui. Conforme explicaram os cientistas, no nosso planeta as vibrações provenientes de sismos costumam se dissipar em menos de um minuto, e mesmo os eventos mais poderosos não ultrapassam os dois minutos.

Isso se deve ao intemperismo químico, processo que causa a degradação de rochas e do solo pela ação da água. Esse fenômeno provoca a expansão da estrutura de diferentes minerais, e estes, por sua vez, acabam absorvendo a energia propagada durante os tremores. A Lua, por outro lado, ao ser um corpo árido, frio e, em grande parte, sólido, quando algo a faz vibrar, ela atua como um sino, reverberando sem parar durante vários minutos.

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