Nova teoria busca explicar por que sonhamos

23/02/2017 às 05:492 min de leitura

Sonhar é uma coisa fantástica, no real sentido da palavra. De repente, de olhos fechados e sem consciência, você vive histórias que beiram o absurdo, sejam assustadoras ou felizes. Essas viagens que fazemos enquanto dormimos são alvo de pesquisas há muito tempo – inclusive, há tantas teorias sobre o tema que é difícil chegar a uma conclusão, especialmente no que diz respeito à prática terapêutica.

Na Psicologia, geralmente nos lembramos das considerações de Freud sobre a questão, que nos mostrou que sonhos são simbólicos, mas também têm seus significados. No entanto, pesquisas realizadas nos anos de 1950 revelaram que sonhos ocorrem de maneira automática e aleatória no cérebro enquanto dormimos.

Só para você ter ideia, até mesmo a estatística já foi utilizada como ferramenta por cientistas que estudaram a versão surrealista da mente humana. Por meio da análise de milhares de relatórios de sonhos, os estatísticos descobriram que há relações claras e diretas entre o que sonhamos e nosso estado emocional.

Sonho lúdico

Recentemente, as pesquisas sobre o tema envolvem a ciência cognitiva, que estuda as características evolutivas da mente humana e a forma como nosso cérebro se adapta. É por isso que tem quem afirme que sonhar é uma espécie de brincadeira criativa do nosso cérebro, que não descansa nem quando estamos dormindo.

Zoólogos já confirmaram que todos os mamíferos têm sonhos como uma manifestação da parte lúdica do cérebro, em uma região responsável por criar coisas, com a vantagem de não ter pensamentos criativos censurados pela mente vigilante de quando estamos acordados. Nesse ponto, tanto pessoas quanto animais têm criatividade e liberdade instintiva como base para brincadeiras – e parece que o sonho é uma delas.

Quando sonhamos, nossa imaginação fica totalmente livre. É na infância, porém, que os sonhos são mais intensos, frequentes e impactantes. Quando estamos na adolescência e na juventude, tendemos a ter sonhos que envolvam perseguição e voos, assim como é a época em que mais temos a experiência de, no meio de um sonho, saber que estamos sonhando.

Interconexão

O que sonhamos geralmente tem a ver com áreas da nossa vida que estão relacionadas a assuntos como sexualidade, senso de agressão, saúde, relações sociais e ameaças de morte. Ainda que nem todo sonho tenha conteúdo altamente bizarro, não se pode negar que cada um deles é uma grande representação criativa e lúdica, muitas vezes.

Enxergar sonhos como uma espécie de brincadeira da nossa mente é interessante e pode vir a ser muito produtivo, em termos científicos. Se não pensamos que crianças brincando em um parquinho estão com seus cérebros funcionando mal ou em modo “stand by”, também podemos pensar que nossos sonhos não são imagens aleatórias criadas por um cérebro em modo “piloto automático”.

Desse modo, podemos começar a ver nossos sonhos como um sinal de que a parte cognitiva do nosso cérebro está saudável. Em termos psicoterapêuticos, há profissionais que não buscam mais desvendar o lado oculto dos sonhos, mas sim identificar as representações emocionais do que habita a nossa mente enquanto dormimos – que fique claro que uma coisa não impede a outra.

Sonhar é bom!

Em pacientes que tiveram algum trauma e que vivem com estresse pós-traumático, é comum a ocorrência de pesadelos recorrentes. Durante o tratamento, no entanto, é frequente que esses pesadelos deixem de ser focados no trauma em si e passem a ser sobre outros temas, personagens e cenários. Para os psicólogos, quanto mais lúdicos se tornam os sonhos, mais progressos os pacientes estão fazendo.

Com todas essas observações, vale lembrar que a humanidade é bem-sucedida em termos evolutivos graças à nossa capacidade de adaptação, o que inclui, obviamente, a flexibilidade da nossa mente. Sonhar é um processo intrigante e poderoso, com capacidades neurológicas que influenciam a nossa formação psicológica.

Se for com significado de brincadeira ou não, tanto faz, o que importa mesmo é que sonhos podem ser vistos como uma espécie de yoga mental que faz alongamentos em nossas habilidades cognitivas e nos permitem experimentar novas possibilidades e novos mundos.

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