Gêmeas unidas pela cabeça passam por complicada cirurgia de separação

19/06/2017 às 05:352 min de leitura

Não é todo dia que ouvimos falar a respeito de gêmeos siameses, muito menos de irmãos unidos pela cabeça. Isso porque, além de o nascimento de bebês conectados por alguma parte do corpo ser raro — ocorrendo uma vez em cada 200 mil partos —, nem sempre é possível separar os irmãos e, quando é, as cirurgias costumam envolver riscos e ser supercomplicadas.

Pois, de acordo com Lindsey Bever, do The Washington Post, os bebês que vêm ao mundo unidos pelo crânio são ainda mais raros — representando apenas 2% de todos os siameses — e, como você pode imaginar, os procedimentos de separação são bem mais arriscados para os bebês e envolvem mais dificuldades. Mas uma dupla de garotinhas acabou de passar por uma longa cirurgia nos EUA e, de momento, parece que as duas estão reagindo bem.

Dificuldades

Segundo Lindsey, as gêmeas nasceram há dez meses na Carolina do Norte e os médicos identificaram sua condição logo no comecinho da gestação, quando a mãe estava grávida de 11 semanas, aproximadamente. Então, os pais dos bebês decidiram procurar ajuda de um hospital na Pensilvânia para realizar o pré-natal e, mesmo sem saber se as garotinhas poderiam ser separadas após o nascimento, uma equipe médica começou a planejar a cirurgia.

(Ed Cunicelli/Children's Hospital of Philadelphia via AP)

As gêmeas nasceram em julho do ano passado por meio de uma cesárea e, desde então, o time do hospital passou meses realizando exames e estudando a melhor maneira de separar as meninas. O problema com esse tipo de cirurgia especificamente é determinar quais são as estruturas compartilhadas pelos gêmeos, em especial os vasos sanguíneos e veias relacionadas com a drenagem no cérebro, uma vez que normalmente uma das crianças apresenta uma melhor condição que a outra.

Além disso, os médicos precisam considerar as questões éticas envolvidas na cirurgia, já que as crianças podem não sobreviver ao procedimento — ou, ainda, pode acontecer de uma delas suportar a intervenção enquanto a outra acaba falecendo ou vivendo com problemas neurológicos graves. Sem falar nos desafios relacionados com a recuperação e o prognóstico a longo prazo.

Cirurgia de alto risco

De acordo com Lindsey, a cirurgia aconteceu no dia 6 de junho e envolveu a participação de um time composto por 30 pessoas — incluindo cirurgiões, enfermeiros e uma equipe de apoio. O procedimento teve duração de 11 horas e, primeiro, os médicos trataram as gêmeas como um único organismo e, depois, eles se dividiram em dois grupos para operar as meninas individualmente uma vez que a separação foi concluída.

A cirurgia foi meticulosamente organizada e todos os equipamentos utilizados foram codificados por meio de cores, uma para cada paciente. Os médicos começaram a separação pelos vasos sanguíneos e pela dura-máter, a camada mais externa e resistente das meninges — sistema de membranas que envolvem e protegem o cérebro —, e a etapa mais complicada foi a separação do seio sagital. Por fim, a equipe se dividiu em dois times, e cada um prosseguiu com a parte reconstrutiva da operação.

De acordo com os médicos, as gêmeas provavelmente terão que passar por outras cirurgias, mas todos estão confiantes de que as garotinhas poderão receber alta até o final do ano. Os pais das bebezinhas, como você deve imaginar, estão superfelizes e contando os dias para finalmente levá-las para casa.

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