Você já ouviu falar sobre a curiosa Ilusão de Capgras?

21/08/2015 às 12:142 min de leitura

Aqui no Mega Curioso, você pode encontrar diversas matérias sobre transtornos mentais raros e muito estranhos, como é o caso da Prosopagnosia, que se caracteriza pela incapacidade de reconhecer rostos, da Síndrome de Cotard, cujos afetados acreditam que estão mortos, e da Síndrome de Ekbom, que faz com que os pacientes se convençam de que seus corpos estão infestados de parasitas que rastejam sob suas peles.

Nós inclusive já publicamos um artigo no qual mencionamos brevemente a Ilusão de Capgras, que, basicamente, se caracteriza pela crença de que pessoas de seu convívio próximo foram substituídas por impostoras. No entanto, esse distúrbio é tão curioso e complexo que decidimos nos aprofundar um pouquinho mais no tema e explicar o que a ciência sabe sobre ele.

Farsantes

Imagine que aterrorizante seria se um belo dia você voltasse para casa e tivesse certeza absoluta de que a sua família foi substituída por impostores que têm a mesma aparência que o seu irmão, mãe, cônjuge etc., mas são estranhos que estão tentando enganar você. Essas pessoas inclusive sabem detalhes importantes e íntimos sobre a sua vida, mas você sabe que é tudo parte de uma farsa e não consegue sentir qualquer familiaridade com esses indivíduos.

Apesar de parecer maluquice, existem pessoas que passam por experiências semelhantes, e o diagnóstico geralmente é que elas padecem da Ilusão de Capgras. O distúrbio foi descrito pela primeira vez por Jean Reboul-Lachaux e Joseph Capgras, dois médicos franceses que trataram uma mulher que estava completamente convencida de que sua família e vizinhos tinham sido trocados por farsantes.

Ela inclusive acreditava que havia 80 homens que se faziam passar por seu marido, e que se ela se livrasse de um, outro viria para ficar no lugar do que havia ido embora! A descrição desse caso ocorreu em 1923, e até hoje os pesquisadores não têm certeza do que exatamente desencadeia o distúrbio. Contudo, estudos apontaram que ele frequentemente aparece em pessoas que já sofrem de alterações psicóticas.

Traumas cerebrais

Estudos também revelaram que a síndrome se manifesta em mais de um terço de pessoas que sofrem traumas na cabeça. Assim, apesar de os pesquisadores não conhecerem a causa exata da Ilusão de Capgras, eles suspeitam que ela seja provocada por uma interrupção da comunicação entre as regiões cerebrais responsáveis por lidar com respostas emocionais e por processar as informações visuais das faces.

Além disso, alguns pesquisadores propõem que a síndrome seja um problema de administração de memória. Uma analogia interessante para entender o problema é imaginar que o cérebro é um computador. Quando criamos um arquivo novo, nós o salvamos em determinado local e, cada vez que precisamos editá-lo, o abrimos, incluímos as novas informações, salvamos tudo e voltamos a fechá-lo.

Em pessoas que sofrem com a Ilusão de Capgras, os pesquisadores acreditam que, em vez de acessar o mesmo arquivo — ou a memória que já foi armazenada no cérebro —, elas começam a criar novas memórias cada vez que se encontram com alguém conhecido. Assim, quando os pacientes reencontram esse indivíduo que deveria ser familiar, eles têm a impressão de que se trata de uma pessoa com traços ligeiramente diferentes. E, para lidar com isso, o cérebro cria a ilusão do impostor.

Transtornos semelhantes

Muitas vezes, a Ilusão de Capgras é comparada à Prosopagnosia — que mencionamos no início da matéria —, mas as duas são bem diferentes, já que as pessoas com Capgras conseguem reconhecer faces.

Outros transtornos que geram confusão são a Intermetamorfose, cujos pacientes se convencem de que pessoas conhecidas se transformaram em outros indivíduos, física e psicologicamente, e a Síndrome de Fregoli, cujos afetados acreditam que as pessoas que as rodeiam são, na verdade, outras pessoas disfarçadas.

Como os cientistas ainda não compreendem completamente as causas da Ilusão de Capgras, o tratamento geralmente envolve a terapia individual para induzir o paciente a reestabelecer a realidade. Além disso, combinar o uso de medicamentos antipsicóticos com as sessões de terapia também pode ajudar. 

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