Você já ouviu falar de pessoas que possuem alergia à água?

23/09/2017 às 04:002 min de leitura

Alexandra Allen, uma americana de 20 anos, possui uma condição médica extremamente rara chamada Urticária Aquagênica, apesar de a doença ser mais conhecida como “alergia à água”. Ela é um dos menos de 100 casos de que se tem registro dessa condição e até hoje não se descobriu nenhuma cura para isso.

Na primeira vez em que a garota teve uma reação à água, ela tinha 12 anos, estava no meio das férias de verão e havia passado o dia quase todo nadando em uma piscina. Quando voltou para casa, estava coberta de erupções cutâneas severas por todo o seu corpo, mas, quando foi levada para o hospital, todos acreditavam que ela teve alguma reação aos produtos químicos usados na água da piscina.

As urticárias que apareciam em seu corpo sempre que se molhava continuaram um mistério por cerca de dois anos. Um dia ela estava lendo na internet uma lista sobre as dez doenças mais estranhas já registradas, e todos os sintomas de alergia à água a descreviam perfeitamente. Ela foi com os pais até um hospital e dois dermatologistas fizeram um teste simples: molharam um pano com água pura e o encostaram no braço dela, que vinte minutos depois ficou coberto de marcas vermelhas.

Alexandra Allen, 18 anos, vive no estado americano de Utah com a família

Em uma entrevista concedida ao site New York Magazine e contou um pouco sobre como é viver com uma condição tão rara. Para começar, ela explica que não se trata de uma alergia, mas sim de uma doença dermatológica. Todos os seres humanos produzem naturalmente óleos que ajudam na manutenção da pele. No caso de quem tem essa doença, esses mesmos óleos se tornam ácidos quando entram em contato com água, seja ela pura ou não.

A jovem descreve a sensação de entrar em contato com água como se algo estivesse lixando a sua pele de forma violenta. O primeiro registro de “alergia à água” de que se tem notícia data de 1963, e de lá pra cá ninguém conseguiu desvendar que fatores levam o organismo de uma pessoa a desenvolver a condição. Até hoje os poucos dados obtidos indicam apenas que isso é mais comum entre mulheres do que entre homens, normalmente se manifestando durante a puberdade.

A garota sonhava em ser bióloga marinha, mas o simples contato com a água deixa a pele dela como a da foto acima em questão de minutos

Desde que descobriu possuir urticária aquagênica, Alexandra precisou adaptar toda a sua vida para sofrer o mínimo possível com suas erupções. Ela não come carne ou laticínios – a quebra de proteínas faz com que o suor tenha um odor mais forte – e só toma um banho por semana com água fria, que causa menos reações do que a água quente e que dura em média dois minutos. O resto dos dias, ela se higieniza com produtos que não levam água na composição, pois mesmo isso afeta a sua pele.

Ela lava as mãos com água fria, corre durante a noite para transpirar o mínimo possível e até mesmo suas lágrimas fazem com que a pele de seu rosto se irrite. Mesmo assim, a garota consegue levar uma vida quase normal. O mais inconveniente é ter que levar um casaco sempre que sai, mesmo que o dia esteja quente, para cobrir as suas erupções cutâneas, além de carregar sempre consigo uma EpiPen – dispositivo que contém uma dose de anti-histamínico, substância que reduz os efeitos causados por alergias.

Certa vez ela estava em uma festa quando de repente alguém apareceu com balões cheios de água e pistolas d’água. A menina contou como foi hilário de repente perceber todos os seus amigos a olhando com uma expressão de pânico. Ela descreveu a situação como um momento único de sua vida: contar com uma comitiva para protegê-la de pistolas d’água. Mas difícil mesmo é encontrar o momento certo para contar que é “alérgica” à água durante um encontro.

*Publicado em 09/11/2015

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