Caça a supostos vampiros cria crise sem precedentes em país africano

03/11/2017 às 13:272 min de leitura

Desde setembro, ao menos 9 pessoas foram brutalmente assassinadas no Malawi por suspeitas de envolvimento com o vampirismo. Ao menos dois homens foram apedrejados em Blantyre, a segunda maior cidade do país africano, e um deles também teve o corpo incendiado.

Acredita-se que a disseminação dos boatos tenha se originado em Moçambique, país vizinho a Malawi, o que levou a criações de grupos de vigilância! Até agora, 140 pessoas foram presas por envolvimento com esses grupos, formados supostamente em defesa das comunidades em que eles estão inseridos.

A histeria coletiva já causou mortes no passado em Moçambique, chegando agora ao Malawi. Até mesmo médicos e outros profissionais de saúde são acusados de vampirismo por conta do uso do estetoscópio, usado para ouvir os batimentos cardíacos, mas que muitos desses “vigilantes” juram que é para drenar o sangue das vítimas!

A Sociedade de Médicos do Malawi já emitiu nota recriminando os ataques: grupos de vigilantes já roubaram e destruíram veículos particulares de médicos, além de atacarem ambulâncias com pacientes que estavam a caminho de hospitais. Acredita-se que isso pode ser um caso de “folie à deux”, termo em francês que significa “loucura a dois” e que faz referência a surtos psicóticos compartilhados por mais de um indivíduo.

MalawiPopulação do Malawi está entre as que mais acredita em feitiçaria no mundo

Peter Muthaeika, presidente do Malawi, prometeu investigar as mortes supostamente relacionadas a perseguição contra vampiros. Já James Kaledzera, porta-voz da polícia nacional do país, garante que estão sendo feitas patrulhas em áreas mais isoladas e propensas à proliferação dos boatos.

Já a ONU alertou que os ataques e as notícias também podem ter um cunho político: simpatizante do Partido Democrático Progressista, do atual governo, afirmam que os rumores são plantados por pessoas do Partido do Congresso de Malawi. “No entanto, são os fundamentos culturais – as superstições, os mitos e as crenças culturais – que são mais preocupantes para os defensores dos direitos humanos, porque estão mais profundamente enraizados nas sociedades rurais pobres e não educadas do que nas alianças políticas”, explicou Joanne Lu, observadora da ONU.

O Malawi é um dos países mais pobres do mundo, com alta crendice em feitiçarias. Em um passado recente, os albinos foram vítimas de pessoas com menor grau de instrução, porque seus ossos supostamente trazem boas vibrações em rituais de magia. O alvo da vez são os supostos vampiros, sendo que nenhuma investigação é feita antes da punição capital aplicada por parte da população.

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