A trágica morte de Charlotte Dymond, que chocou a Inglaterra no século 19

11/11/2018 às 07:002 min de leitura

Se um dia você visitar a cidade de Bodmin, no condado de Cornualha (Inglaterra), não se espante ao ler um nome específico espalhado em todos os cantos: Charlotte Dymond. Acontece que, lá no século XIX, a região foi palco de um crime que acabou se tornando praticamente uma lenda para os habitantes — inspirando não apenas monumentos históricos, mas também músicas, poemas e outras obras de arte em homenagem à jovem que morreu aos 18 anos de idade.

Tudo começou em 1842, quando Charlotte, uma garota atraente e simpática, passou a trabalhar na fazenda de Penhale, administrada por uma viúva e seu filho. Além da britânica, havia outros dois serventes no local: John Stevens e Matthew Weeks, ambos na faixa dos 20 anos de idade. Weeks era uma figura excêntrica: tendo trabalhado no campo ao longo 7 anos anteriores, tinha cicatrizes pelo corpo e era manco. Apesar disso, chamava atenção por sempre se vestir bem e por sua educação.

Ninguém sabe ao certo quando isso ocorreu, mas, em determinado momento, Weeks e Charlotte começaram a namorar. O problema é que Charlotte também estava se relacionando com outro indivíduo: Thomas Prout, sobrinho da dona da fazenda e que, na época, já tinha 26 anos. Stevens, o outro trabalhador rural, afirmou em determinada ocasião que a dupla de amantes pretendia fugir, deixando o pobre Weeks na mão.

O dia da tragédia

Em um domingo de 1844, Charlotte colocou um belo vestido verde e um xale vermelho. Ela foi vista pela última vez deixando a fazenda ao lado de Weeks — que retornaria, mais tarde, sozinho. Indagado sobre Charlotte, o jovem afirmou que ela teria aceitado outro emprego na cidade vizinha de Blisland. Porém, alguns detalhes deixaram os aldeões com uma pulga atrás da orelha: a roupa do trabalhador rural estava rasgada (com alguns botões ausentes) e suas botas, sujas de lama.

Uma investigação primária — conduzida por Stevens — confirmou que a tal proposta de emprego era falsa, e Charlotte, desaparecida havia uma semana, nem tinha colocado os pés em Blisland. Uma equipe de buscas foi montada, e o corpo da jovem foi encontrado no rio Alan, com um profundo corte no pescoço. A expedição também localizou pegadas nas proximidades que combinavam perfeitamente com as botas de Weeks. A situação parecia óbvia: o servente assassinou sua namorada após descobrir a traição.

Quem matou Charlotte?

O assassinato chocou a comunidade de Bodmin. Weeks foi encontrado tentando fugir e julgado no dia 2 de agosto do mesmo ano — a corte demorou cerca de meia hora para considerá-lo culpado. A punição foi severa: execução por enforcamento. O jovem passou 10 dias na prisão esperando sua morte, e, durante esse período, escreveu uma carta que muitos consideram uma confissão pelo crime. No texto, Weeks diz que “espera que jovens homens não depositem tanta confiança em jovens garotas” como ele teria feito.

No dia 12 de agosto, Weeks foi executado publicamente, e cerca de 20 mil pessoas assistiram ao ato. Porém, uma informação divulgada posteriormente deixou alguns cidadãos em dúvida: é dito que Charlotte tinha planos de se encontrar com Prout naquela mesma noite. Embora o assunto tenha se encerrado ali — juridicamente —, a dúvida continua até hoje: quem matou Charlotte? Seu namorado ou seu amante?

Independente de qual teoria você prefira, a comoção pública pelo assassinato inspirou a criação de um memorial para a jovem, tal como o nascimento de várias lendas locais — incluindo a de que os fantasmas da britânica e do enforcado continuam vagando nas respectivas regiões de suas mortes, em uma busca incessante de justiça.

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