Bette e Joan: a mais lendária rixa de Hollywood

27/05/2020 às 14:003 min de leitura

Não é de hoje que a indústria do showbiz é conhecida e responsável por "condimentar os ingredientes mais famosos" do mundo para criar uma "bomba de disputa". Tramoias, passadas de perna e rivalidade "temperadas juntas em um caldo engrossado de inveja" formam o banquete servido nos bastidores.

Olivia de Havilland e a sua irmã Joan Fontaine protagonizaram um instigante prequel do que significava a disputa nos bastidores, deixando milhares de pessoas tão barbarizadas com as picuinhas e reviravoltas, que suas atuações se tornaram frígidas. No entanto, elas serviram apenas de abertura para a rixa mais histórica da indústria, vivida pelas eternas damas do cinema: Bette Davis e Joan Crawford.

Davis, a estrela mais brilhante

(Fonte: Live Internet/Reprodução)(Fonte: Live Internet/Reprodução)

Antes de adotar o nome "Bette", vindo de uma personagem do escritor Balzac, Ruth Elizabeth Davis nasceu no dia 5 de abril de 1908, em Lowell (Massachusetts). Desde muito jovem, ela recebeu todo o apoio dos pais, principalmente o da mãe, para que se tornasse uma atriz de sucesso. Contudo, o mesmo não aconteceu com os diretores e produtores que não pouparam esforços para diminuí-la, avaliando a sua atuação como sendo insincera e frívola.

Depois de um ano fazendo ensemble em uma peça na Broadway, ela recebeu uma oportunidade para ir a Hollywood e fazer o seu primeiro teste. Davis foi muito rejeitada por sua falta de delicadeza e apelo sexual, mas, ironicamente, isso não a impediu de decolar. Inclusive, fez sentido que ela tenha ganhado um Oscar na categoria "Melhor Atriz" por seu desempenho no filme Perigosa e Jezabel, pois a sua carreira foi marcada pela sua insubordinação, que quase lhe custou o sucesso, e pela maneira como não se submeteu às regras da indústria hollywoodiana da época, nem mesmo quando ela não era ninguém.

Ela era a personificação da Katherina de Shakespeare dizendo de forma irônica: “ninguém me diz o que fazer”.

Crawford, a supernova

(Fonte: Ranker/Reprodução)(Fonte: Ranker/Reprodução)

Nascida Lucille Fay LeSueur em San Antonio, no Texas, em 23 de março de 1903, Crawford sempre teve o sonho de ser uma bailarina. Lutando em meio a pobreza desde de sua infância, foi com muito esforço que ela começou a trabalhar em companhias de dança independentes até chegar à Broadway. Em 1925, depois de aparecer no espetáculo The Passing Show of 1924, o produtor Harry Rapf (da MGM Studios) a contratou.

O desafeto com Davis começou quando elas ainda nem se conheciam, pelo simples fato de que uma era o oposto da outra. Crawford era muito bonita, talentosa e dona de uma atuação considerada profunda pelos diretores. Obviamente, a mulher usou isso a seu favor em todos os aspectos de sua vida, tornando-se um ícone da filmografia de uma geração.

Eu amo odiar você

(Fonte: Pinterest/Reprodução)  Pinterest  (Fonte: Pinterest/Reprodução)

Tudo começou em 1933 quando o filme Ex-Lady traria o nome de Davis logo acima do título pela primeira vez em sua carreira. A campanha publicitária foi massiva, só que bem no dia Crawford decidiu anunciar que estava se divorciando de seu primeiro marido. Consequentemente, a estreia de Davis foi resumida a dois parágrafos no fim da página do The New York Times, enquanto o divórcio ganhou várias matérias e, inclusive, a capa de todos os jornais. Ex-Lady nasceu esquecível e com uma bilheteria sem lucros, assim como a atuação de Davis. Em menos de uma semana, começava a memorável rixa.

A litania de ataques acontecia porque as duas eram estrelas adoradas e — ironicamente ou não — a maioria dos papéis que faziam refletiam as suas personalidades. Davis tinha um infame histórico de ninfomania e era uma ótima atriz em personagens vilanescos. Por outro lado, Crawford era sempre a bela e emotiva mocinha que precisava ser salva.

(Fonte: Harper's Bazaar/Reprodução)(Fonte: Harper's Bazaar/Reprodução)

“Ela é falsa, mas acho que o público gosta disso”, alegou Davis na época, fazendo a mídia ferver. As mulheres disputavam aparições. Davis sabotava o camarim da rival, expunha detalhes da vida pessoal dela e inventava mentiras sobre a vida de sua "inimiga". Crawford também não ficava para trás, revelando a sordidez envolvida na vida sexual da outra, inclusive o caso que ela teve com um garoto menor de idade.

Tudo piorou quando Crawford teria seduzido o ator Franchot Tone, o publicamente declarado amor platônico de Davis, com quem contracenou em Perigosa. Crawford o convidou para jantar e apareceu nua, semanas depois eles se casaram. Em sua defesa e indo direto na jugular de seu desafeto, ela disse: “Tone achava Bette uma boa atriz, mas ele nunca a considerou uma mulher”.

Baby Jane, a vida imita a arte

(Fonte: Wow Amazing/Reprodução)(Fonte: Wow Amazing/Reprodução)

Em 1962, com os trabalhos escassos, Davis foi chamada por Crawford para protagonizar com ela a adaptação cinematográfica do livro O que terá acontecido a Baby Jane?, que ilustra a rivalidade entre duas irmãs ex-atrizes de cinema. Davis fez a estrela que torturava a outra irmã que teve mais sucesso.

A trégua em prol de um gostinho dos antigos holofotes não durou muito. Durante as gravações, elas discutiam e se xingavam a todo o momento. Durante uma cena, Davis chutou de propósito e com força a cabeça de sua rival, que foi hospitalizada. Sabendo dos graves problemas de coluna da oponente, Crawford se vingou vestindo uma cinta com pedras durante uma cena em que Davis tinha que carregá-la nas costas.

O filme foi um sucesso estrondoso, mas foi só Davis quem recebeu a sua décima e última indicação ao Oscar pelo seu papel de vilã, o que causou a fúria de Crawford. Contrariando as expectativas, Anna Bancroft acabou levando a estatueta de Davis, mas, para o choque da estrela, foi Crawford quem a recebeu no lugar de Bancroft — que não pôde comparecer. “Foi a coisa mais desprezível que já vi”, revelou Davis.

A Warner Bros até tentou replicar o sucesso de Baby Jane com outro filme estrelando as rivais, mas Crawford desistiu em 1 semana de gravações. Com a sua morte em maio de 1977, Davis apenas disse a frase responsável por selar a rivalidade para sempre: “Você nunca deve dizer coisas ruins sobre os mortos, somente dizer coisas boas. Joan Crawford morreu. Que bom”.

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