Por que as pessoas gostam de alguns tipos de música e odeiam outros?

09/02/2017 às 06:433 min de leitura

“Under Pressure”, do Queen, é a minha música favorita, seguida de “Hold On”, de Alabama Shakes e de “Man on Fire”, de Edward Sharpe and the Magnetic Zeros. Tem também “Good Day Sunshine”, dos Beatles, e “Alabama Song”, de The Doors. Gosto de músicas nacionais também e me derreto com Nando Reis e Humberto Gessinger.

Meu marido, por outro lado, gosta de pouquíssimas músicas em inglês e volta e meia seleciona alguma tradicional gaúcha para ouvirmos, como as do genial Teixeirinha. Ele curte Maiara & Maraisa também, assim como adora mergulhar nas bandas que ouvíamos na adolescência, como Cachorro Grande e Bidê ou Balde.

Algumas músicas que ele põe, no entanto, eu simplesmente detesto, assim como já o vi fazer cara feia para alguma escolha minha em uma das muitas vezes nas quais fazemos “rodízio musical”, que é quando um decide uma música de cada vez.

Mas por que tem música que a gente simplesmente não consegue curtir?

Lendo agora um artigo publicado no Knowledge Nuts sobre a percepção de sons, confirmei uma suspeita antiga: essa preferência por um determinado estilo musical também tem a ver com a maneira como cada pessoa escuta e interpreta os mais diferentes tipos de sons.

Funciona assim: quando nosso ouvido interno recebe os sons, isso acaba servindo de gatilho para ativar células cerebrais responsáveis por transmitir a informação sonora para o cérebro. Esse processo acaba criando diferentes padrões que, uma vez formados, afetam diferentes áreas cerebrais – e é justamente por isso que alguns sons que ouvimos nos despertam memórias específicas e sentimentos.

Não se sabe, no entanto, se isso ocorre em todas as pessoas, especialmente nas que usam algum tipo de aparelho auditivo, já que esses dispositivos, embora sejam muito eficientes, podem modificar um pouco a maneira como os sons são recebidos no cérebro.

É uma questão anatômica também

Ao que tudo indica, essa diferença nas maneiras como as pessoas escutam sons tem a ver também com o formato do crânio e, inclusive, com variações na estrutura óssea de cada um. Apenas essa distinção já é algo capaz de fazer com que duas pessoas percebam de forma diferente o mesmo som.

Quando um som chega às estruturas no nosso ouvido interno, ele é refletido para fora do ouvido e dos ossos da cabeça. Diferenças ósseas e no formato do crânio podem mudar as vibrações sonoras que nos fazem gostar ou não de algum som específico. Em termos de gênero, o que se sabe é que os crânios femininos tendem a vibrar mais rapidamente do que os masculinos – essa diferença pode variar de 35 a 65 Hz.

Pode estar nessa variação, inclusive, a explicação para o que faz com que uma pessoa ame um determinado estilo musical e simplesmente não suporte o outro – isso nos faz perceber que nossas preferências têm a ver não apenas com gosto, mas também com questões anatômicas.

E tem mais!

Está achando isso tudo curioso? Então espere, porque tem mais: pesquisadores da Penn State University descobriram que essas diferenças estruturais do nosso ouvido interno também impactam questões como agilidade e coordenação física.

No caso dos músicos, então, a coisa é ainda mais surpreendente em termos de anatomia: basicamente, eles têm um sistema auditivo totalmente diferente das pessoas que não trabalham com música. Com eles, os sinais que indicam tons sonoros são muito mais intensos e fortes.

Ainda falando em música, olha só que legal: fazer com que crianças ouçam música desde bebês é algo que as ajuda a processar melhor outros assuntos, como os que envolvem linguagem e raciocínio lógico. Aí é só apostar em músicas mais leves que façam o bebê aproveitar o que ouve – talvez não seja The Doors nem Sertanejo Universitário, convenhamos, mas um “Chico e Vinícius Para Crianças” vai sempre bem.

E você? Que tipo de música você ama e qual mais te irrita? Saber dessas coisas sobre a forma como processamos sons não é um bom motivo para deixarmos, por exemplo, de atacar quem gosta de músicas diferentes das que nós estamos acostumados a ouvir? E se você ainda não ouviu as músicas do Mega no Spotify, confira aí e nos diga o que achou:

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