Pesquisa aponta o risco do uso de antidepressivos na gravidez

28/06/2013 às 08:312 min de leitura

Crédito: Shutterstock

O stress e depressão que acometem milhares de mulheres a cada dia têm levado cada vez mais ao uso de medicamentos para amenizar esses fatores. O alívio para esses males da atualidade, porém, pode acarretar riscos graves para mulheres em gestação.

Segundo um estudo britânico divulgado na BBC, mulheres grávidas com depressão leve à moderada devem evitar o uso de certo tipo de antidepressivo pelo risco de malformações cardíacas no feto.

De acordo com o professor Stephen Pilling, consultor do National Insittute for Health and Care Excellence, as evidências sugerem que os medicamentos do tipo SSRIs (Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina) podem dobrar o risco de uma criança nascer com uma má formação no coração. Esses antidepressivos são usados por uma em cada seis mulheres em idade fértil.

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O estudo foi realizado com oito mães que tomaram antidepressivo do tipo SSRI durante a gravidez e tiveram bebês nascidos com deformações cardíacas graves. Até o momento, a orientação do National Institute advertia médicos contra o uso de apenas um tipo de SSRI no início da gravidez – a paroxetina. Mas o professor Pilling afirma que o conselho está prestes a ser atualizado.

"A evidência disponível sugere que há um risco associado às SSRIs. Fazemos grandes esforços para desencorajar as mulheres de fumar ou beber até mesmo pequenas quantidades de álcool durante a gravidez, porém talvez ainda não estejamos alarmando da mesma forma quanto à medicação antidepressiva, que carrega riscos semelhantes — se não maiores", disse Pilling.

Uma das mulheres pesquisadas foi Anna Wilson, de Ayrshire, na Escócia, que teve o diagnóstico do problema cardíaco de seu bebê feito quando a sua gestação atingiu 20 semanas. Os médicos perceberam que o feto tinha um problema grave e que precisaria de cirurgia cardíaca imediata quando nascesse. E assim aconteceu e o bebê, David, realizou a cirurgia, ficando as suas primeiras cinco semanas de vida ligado às máquinas no hospital.

Agora, com oito meses de idade, David, precisará de mais uma cirurgia no coração e os médicos afirmam que talvez ele não consiga viver além dos 40 anos. "Ele tem muito sofrimento pela frente antes de qualquer outra coisa. Sabemos que é uma certeza e isso é terrível", disse a sua mãe Anna, que começou a tomar o medicamento Citalopram (prescrito pelo médico) quatro anos antes de engravidar devido a um quadro de ansiedade.

O bebê, David Wilson, que nasceu com uma má formação cardíaca - Crédito: Reprodução/BBC

Segundo Anna, o médico disse ela poderia continuar a tomar a droga mesmo no período em que tentava engravidar.

Mas, depois de David nasceu, ela perguntou o que poderia ter causado a sua condição cardíaca.

"Procuramos um cardiologista quando fizemos a ecografia e ele explicou que, pelo conhecimento dele, não havia fatores ambientais e o problema não era consequência de nada que havíamos feito. Ele disse que essas coisas eram assim mesmo, não havia como evitar", disse ela.

Entretanto, o professor Pilling diz que o risco de um bebê nascer com um defeito cardíaco é de cerca de dois em cada 100, mas as evidências sugerem que se a mãe tomou um antidepressivo do tipo SSRI no início da gravidez, o risco aumenta para até quatro em 100 crianças. "Você tem o dobro do risco. E para as mulheres que têm depressão de leve a moderada, eu não acho que esses riscos, na maioria dos casos, realmente valham a pena", disse.

De acordo com a BBC, Anna Wilson nunca saberá ao certo o que causou defeito coração de David, mas disse que se soubesse que havia um pequeno risco associado com a droga, ela teria parado de tomá-la.

O laboratório Lundbeck, fabricante do Citalopram, se defende, dizendo que a droga não parece estar associada a um aumento do risco de malformações fetais. "A decisão de não prescrever antidepressivos a uma mulher que está deprimida pode gerar maiores riscos para a ela e seu feto do que os de exposição à medicação”, argumentou o laboratório em um comunicado à BBC.

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