Chinesas contratam namorados para evitar que os pais reclamem da solteirice

15/11/2013 às 07:213 min de leitura

Enquanto alguns chineses celebraram com festa o Dia dos Solteiros, que foi comemorado no último dia 11, outros passaram o dia se lamentando por estarem sozinhos. Afinal, muito em breve eles terão que responder àquelas perguntas inconvenientes em todas as reuniões de família e vão passar a ouvir que estão ficando velhos demais para se casar.

Para fugir desse tipo de incômodo, os chineses estão recorrendo cada vez mais ao aluguel de namorados e namoradas, evitando que seus pais impliquem com a solteirice e fiquem invadindo suas vidas. A procura é tão grande que basta digitar algo como “aluguel de namorado” no Taobao.com – o maior site de compras da China – que mais de 250 resultados aparecerão.

Os namorados de aluguel são mais comuns do que as namoradas. Curiosamente, isso reflete a situação das chinesas, que acabam sofrendo uma maior pressão dos pais para arrumar um companheiro. E os períodos de maior procura são justamente quando acontecem encontros de família, como no Festival da Primavera, comemorado no final de janeiro, e no Ano-Novo.

Um namorado de aluguel

Matthew Fan aumenta sua renda trabalhando como namorado de aluguel. Fonte da imagem: Reprodução/Shangai Daily

Matthew Fan, de 27 anos, é um dos muitos homens que podem ser contratados na China. Ele conta que começou a trabalhar como namorado de mentirinha há dois anos: “Eu queria ganhar uma grana extra quando tinha acabado de terminar a universidade e comecei a trabalhar. Esse negócio de aluguel não é ruim, especialmente durante o Ano-Novo Chinês, quando acontecem reuniões de família”.

Fan pode não ser um galã, mas certamente ele tem tudo o que é necessário para agradar aos pais ansiosos que desejam que suas filhas demonstrem que encontraram um amor que pode representar um relacionamento estável e, quem sabe, um bom casamento.

Assim como os outros homens que se dispõem a fingir um namoro, Fan cobra 800 yuans por dia (pouco mais de 300 reais) para atender na China e 1,5 mil yuans (cerca de 550 reais) para a região de Hong Kong, Taiwan e Macau. O mínimo do contrato é de três dias e a contratante é quem arca com as despesas de transporte, acomodação, alimentação e gastos adicionais.

“Eu alugo apenas o meu tempo, e não o meu corpo. Você sabe o que eu quero dizer”, declara Fan, que tem uma namorada de verdade que não sabe de seus negócios.

Os detalhes do serviço

Para contratar um namorado, uma chinesa pode desembolsar entre 500 (quase 200 reais) e 8 mil yuans (o que equivale a 3 mil reais) por dia ou uma média de 50 yuans (19 reais) por hora. Os serviços incluem acompanhar as clientes em uma visita até a casa de seus pais, conversar com eles, ir a encontros e eventos, fazer compras e participar de várias outras atividades.

Alguns namorados profissionais chegam a estabelecer tabelas de preço bem detalhadas. Em alguns casos, jantares podem custar 50 yuans por hora, além do valor da refeição; fazer compras ou ir ao cinema tem um custo de 30 yuans (11 reais), mas esse valor dobra se for um filme de terror. Um beijo só para fazer a felicidade dos pais custa 50 yuans e inclui gratuitamente abraços, mãos dadas e um beijo de boa-noite na bochecha ou na testa.

Profissionalismo

Fonte da imagem: Reprodução/Shutterstock

Xu Li tem 26 anos, é pós-graduado na Universidade de Ciências e Tecnologia de Xangai e encara esse trabalho com profissionalismo. “Tudo depende da maneira como você vê. Se você enxergar como um negócio, então é muito mais fácil”.

Em geral, Li e suas clientes trocam fotos e combinam os serviços e preços através da internet. Depois eles se encontram para fazer uma espécie de ensaio. Ela conta um pouco sobre sua situação e sobre a família, e eles combinam detalhes como o salário que o suposto namorado ganha, seu histórico familiar e, principalmente, como eles se conheceram.

Executando um trabalho como esses, é claro que tudo pode acontecer. Xu Li compartilhou com o jornal Shangai Daily um caso em que ele impressionou tanto os pais da moça que eles gentilmente o convidaram para passar a noite no quarto dela. “Eu dormi no chão naquela noite”, relembra ele.

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