Ciência
08/11/2016 às 11:36•2 min de leitura
Você já ouviu falar a respeito da Igreja de Ulm? Situada na Alemanha, essa maravilha da arquitetura gótica começou a ser construída em 1377 e, com sua torre de nada menos do que 161,53 metros de altura — e 768 degraus que levam até o seu topo —, ela é a igreja mais alta do mundo.
O templo só foi completamente finalizado em 1890, e manteve o título de maior edifício (sim, maior edifício!) do planeta até a construção do Philadelphia City Hall, nos EUA, entre 1901 e 1908. E a Igreja de Ulm conseguiu sobreviver a todos esses anos praticamente intacta — inclusive passando quase incólume aos bombardeios da Segunda Guerra Mundial! Entretanto, existe algo bem mundano que está ameaçando a integridade da estrutura: xixi humano.
De acordo com Matt Hickman, do portal Mother Nature Network, a Igreja de Ulm fica — como normalmente acontece mundo afora — em uma praça na região central da cidade. Acontece que nos arredores dessa pracinha existem vários bares, sem falar que ela serve de palco para uma badalada feira de inverno e para um festival anual de vinhos (o que significa que, inevitavelmente, muita gente bebe mais do que devia pelo menos nessa ocasião).
Estão destruindo a estrutura com xixi
O problema é que, apesar de esses eventos atraírem um público considerável, os organizadores não instalam banheiros químicos suficientes — e a igreja, com sua arquitetura elaborada, oferece uma variedade de cantinhos relativamente “privativos” para que as pessoas (especialmente os rapazes) esvaziem suas bexigas e, não raro, seus estômagos também.
Pois esse “despejo” de fluidos corporais nas paredes externas da igreja — cuja estrutura é, basicamente, feita de arenito —, não só representa um pesadelo higiênico, como está provocando a erosão gradual da base do templo religioso. Para tentar dissuadir os apertados, as autoridades mobilizaram alguns policiais para fazer guarda e começaram a emitir multas de 50 € (pouco mais de R$ 175) para quem fosse pego fazendo a estrutura de banheiro.
Como o valor e a presença de policiais aparentemente não intimidou muito os bebuns de Ulm, a multa foi elevada para 100 € (pouco mais de R$ 350) — mas as paredes da construção continuam servindo de mictório. Aliás, os apurados parecem não se importar sequer com uma possível demonstração de ira divina! Afinal, apontar e lançar um jato de xixi diretamente em uma igreja deveria ter alguma consequência bíblica, não?
Mictório alternativo
Uma alternativa proposta foi que, a exemplo de outras localidades alemãs — como o boêmio distrito de St. Pauli, em Hamburgo —, as paredes da Igreja de Ulm sejam cobertas com uma substância altamente hidrofóbica que, além de impermeabilizar o exterior do edifício, faria com que os fluídos corporais respingassem de volta contra quem os está despejando.
Assim, se pequenos atentados à carteira, o constrangimento de levar uma bela bronca de um policial e o risco de receber um castigo divino não parecem surtir efeito, quem sabe uma igreja que devolve xixis e vômitos não convença os porquinhos de que lugar de fazer essas coisas é no banheiro!