Monte Everest está detendo um novo recorde e ele não cheira nada bem

04/03/2015 às 11:542 min de leitura

Se não houver mais cuidados dos alpinistas, o Monte Everest poderá passar a ser conhecido por conter montes de outras coisas: dejetos humanos.

Segundo a notícia publicada no The Guardian, as fezes deixadas por centenas de alpinistas que escalam o local todo ano estão se tornando um problema grave, causando poluição e ameaçando espalhar doenças no pico mais alto do mundo.

O fato foi relatado pelo chefe da associação de montanhismo do Nepal, Ang Tshering, nessa semana. São mais de setecentos alpinistas e guias que passam quase dois meses nas encostas do Everest a cada temporada, deixando para trás grandes quantidades de fezes e urina, o que pode ocasionar vários problemas para o meio ambiente e para as pessoas.

Tshering disse que é necessário que o governo do Nepal seja mais incisivo e rígido com os alpinistas para que eles coletem corretamente os resíduos a fim de que o Everest permaneça preservado.

E isso deve começar o mais rápido possível, pois a temporada de escalada do Monte já começou essa semana e se estende até maio, quando o clima é mais propenso para a prática. Ainda assim, é perigoso. A temporada do ano passado, por exemplo, foi cancelada em abril depois da morte de dezesseis guias locais que foram engolidos por uma avalanche.

A falta de cuidados adequados

Todo mundo sabe que escalar o Everest não é para qualquer um. É necessário muito treinamento, força, coragem e resistência, porém, mais do que nunca, agora também é preciso um pouco mais de conscientização por parte dos alpinistas.

A prática é comum é que eles passem semanas em um período de aclimatação em um dos quatro acampamentos instalados entre o acampamento base a 5,3 mil metros e o cume a quase 8,9 mil metros de altura. Esses acampamentos intermediários são formados por várias tendas, equipamentos, suprimentos, mas, obviamente, não existem banheiros.

Segundo relatou Ang Tshering ao The Guardian, os montanhistas geralmente cavam buracos na neve para fazer as suas necessidades e fica por isso mesmo. Os dejetos ficam por lá, mas estão cada dia mais se acumulando e ameaçando o “bem-estar” do gigante Everest.

Mas isso não acontece no acampamento base, o mais baixo, pois lá há barracas separadas para os montanhistas se “aliviarem” em tambores onde são armazenados os resíduos. Conforme eles ficam cheios, os grandes recipientes são transportados para uma área mais baixa, onde são devidamente encaminhados para o descarte adequado.

Dawa Steven Sherpa, que lidera expedições de limpeza no Everest desde 2008, disse que alguns alpinistas levam sacos descartáveis de viagens para usar nos acampamentos mais altos, mas também deixam por lá. "É um perigo para a saúde e a questão tem de ser resolvida", disse ele.

De acordo com o The Guardian, o governo do Nepal ainda não divulgou um plano específico para resolver o problema dos dejetos. Porém, a partir desta temporada, os oficiais do acampamento base controlará estritamente o lixo na montanha, segundo relatou Puspa Raj Katuwal, chefe do Departamento de Montanhismo do governo.

No ano passado, o governo já havia imposto novas regras para essa questão da higiene no Monte, exigindo que cada escalador trouxesse para baixo cerca de oito quilos de lixo e dejetos, número estimado que um alpinista descarta ao longo da rota. Se isso não for cumprido, existe uma multa alta para as equipes. Mas, pelo jeito, a fiscalização deve ser mais rígida.

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