Artes/cultura
02/10/2013 às 12:53•2 min de leitura
De acordo com a BBC, a Índia se tornou referência mundial no que se refere às chamadas “barrigas de aluguel” — mulheres que concordam em gerar os bebês de casais sem filhos —, e a enorme demanda por essa prática, que movimenta US$ 1 bilhão ao ano, acabou dando origem a um organizado sistema.
Segundo a publicação, existe no país o que os críticos chamam de “fábrica de bebês”, ou seja, uma enorme clínica que oferece acompanhamento médico a mulheres dispostas a serem barrigas de aluguel. A fábrica conta com dormitórios com capacidade para 10 ocupantes, que passam toda a gestação no local recebendo os cuidados necessários — como refeições balanceadas e vitaminas — até o nascimento dos bebês.
Fonte da imagem: Reprodução/Daily Mail
Em troca, as barrigas de aluguel recebem uma considerável soma em dinheiro, o que soa bastante tentador, especialmente considerando as condições econômicas do país. Uma dessas “barrigas” — uma mulher de 28 anos que carrega o bebê de um casal japonês — contou à BBC que receberá US$ 8 mil (pouco menos de R$ 18 mil), montante suficiente para que ela construa uma nova casa e mande dois de seus filhos para uma escola melhor.
Aliás, essa seria a principal razão pela qual a maioria dessas mulheres se submete a esse tipo de prática, para oferecerem a suas famílias melhores condições de vida. Além disso, caso as “barrigas” estejam gerando gêmeos, o preço pela produção sobe para US$ 10 mil (cerca de R$ 22 mil), e, no caso de que sofram um aborto nos primeiros três meses de gestação, elas recebem uma quantia de US$ 600 (ou cerca de R$ 1.300).
Fonte da imagem: Reprodução/Mirror
A fábrica de bebês — comandada pela médica Nayna Patel — conta com regras estritas, como a obrigatoriedade de que as barrigas de aluguel vivam na clínica durante toda a gestação e se abstenham de fazer sexo.
Além disso, só é permitido que participem do esquema três vezes no máximo, e nem a clínica, os médicos ou os casais que contratam os serviços são responsabilizados por quaisquer complicações. Por falar nos casais, a clínica cobra, em média, US$ 28 mil (cerca de R$ 62 mil) por filho gerado com sucesso.
No centro, Dra. Nayna Patel, responsável pela clínica Fonte da imagem: Reprodução/Daily Mail
Evidentemente, todo o esquema vem sendo bombardeado por muito criticismo, e não faltam acusações de que tudo não passa de um “negócio” envolvendo a produção e comercialização de bebês. Nayna Patel, a médica responsável pela fábrica, se defende, alegando que as barrigas de aluguel não estão sendo exploradas, e que recebem uma boa soma em dinheiro pelo trabalho desempenhado. E você, leitor, concorda com isso?