Tratamentos alternativos para o câncer aumentam as chances de morte

15/08/2017 às 07:212 min de leitura

Receber um diagnóstico de câncer não é algo agradável, e todos sabemos disso. Um dos contratempos relacionados ao tratamento da doença é, sem dúvidas, a intensidade de métodos como a quimioterapia, que tem efeitos colaterais complexos.

Na contramão das cirurgias, da quimioterapia e da radioterapia, surgem métodos alternativos para tratar os mais diversos tipos de câncer, mas é preciso ter em mente a eficiência de tais tratamentos, que não é comprovada.

Uma publicação recente no New Scientist divulgou resultados de um estudo sobre o tema. A pesquisa, conduzida por Skyler Johnson, da Yale School of Medicine, revelou que tratamentos alternativos para o câncer acabam dobrando as chances de o paciente morrer.

A equipe de Johnson avaliou 281 pessoas diagnosticadas com câncer de mama, próstata, pulmão e colorretal. Todos esses pacientes optaram por tratamentos não convencionais, evitando quimioterapia, radioterapia e cirurgias.

Comparações

Segundo Johnson, esses tratamentos alternativos envolvem preparos com ervas, botânicos, homeopatia, dietas especiais e o uso de cristais de energia. A equipe comparou, então, a ação desses métodos com os tratamentos realizados por 560 pacientes com as mesmas doenças e faixa etária – a diferença foi que eles aceitaram passar pelos tratamentos recomendados pelos médicos.

Os resultados das análises revelaram que os pacientes com câncer de próstata que optaram pelos tratamentos alternativos tiveram 2,5 chances a mais de morrer em um prazo de 5 anos após o diagnóstico. Johnson explica que esse índice em específico é baixo entre esses pacientes por causa desse tipo particular da doença, que leva muito mais tempo para se tornar uma ameaça à vida.

As pessoas que optaram por métodos alternativos para tratar o câncer de mama tiveram 5,68 de chances a mais de morrer dentro de 5 anos. Os pacientes que passaram pelos métodos tradicionais para tratar o câncer de pulmão tiveram 41% a mais de chances de sobrevivência dentro de 5 anos – o índice caiu para 20% entre os que fizeram tratamentos alternativos.

Polêmica

Os pesquisadores explicaram também que muitos dos pacientes que se trataram com métodos alternativos acabam sobrevivendo porque, depois de um tempo, aceitam se submeter aos tratamentos convencionais para a doença, ao perceber que houve progressão no câncer.

O oncologista John Bridgewater explica que muitos de seus pacientes resolvem fazer mudanças na dieta para tratar a doença, mas, segundo ele, não há qualquer prova de que isso funcione.

A pesquisa revelou também que as pessoas que se submetiam a tratamentos alternativos eram mais ricas e com níveis mais altos de educação. Além do mais, nos EUA não existe tratamento gratuito para a doença, e apenas quem tem condições financeiras altas pode arcar com os custos.

O curioso é que essas pessoas ricas acabam, muitas vezes, pagando mais caro pelos tratamentos alternativos e suas dietas específicas do que pelas sessões de quimioterapia ou de radiologia.

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