Risco de depressão e transtorno bipolar aumenta com poluição, diz pesquisa

23/08/2019 às 08:002 min de leitura

A busca de fatores que possam explicar o risco de uma pessoa desenvolver determinada doença é incessante para a ciência, e um novo estudo mostra que a poluição está associada ao aumento do risco de distúrbios neuropsiquiátricos, incluindo transtorno bipolar e depressão. Além disso, o estudo, que foi publicado na revista PLOS Biology, relaciona ainda doenças cardiovasculares, parto prematuro, infertilidade e demência à poluição do ar.

Os dados utilizados na análise foram coletados nos Estados Unidos e na Dinamarca, formando dois conjuntos com pontos fortes e fracos distintos de acordo com a realidade de cada país e região. “Com isso, temos duas análises semelhantes, mas em diferentes conjuntos de dados e em países distintos, o que achamos que seria mais convincente do que uma única análise”, diz Andrey Rzhetsky, professor do departamento de genética humana e membro sênior do Instituto de Computação da Universidade de Chicago.

O estudo se baseia em pesquisas anteriores que mostram uma relação entre qualidade do ar e condições psiquiátricas, como o aumento de prescrições antipsicóticas, hospitalizações, aumento do risco de depressão e sintomas mais graves de ansiedade.

Na Dinamarca, as pessoas mais expostas à poluição apresentaram aumento de 150% nas taxas de esquizofrenia, 29% em transtorno bipolar, 162% em transtorno de personalidade e 50% em depressão. Nos Estados Unidos, o aumento foi de 27% em transtorno bipolar e 6% em depressão. A disparidade entre os países pode ser fruto dos dados mais granulares disponíveis na Dinamarca e também devido a diferenças genéticas, culturais, de gestão ambiental e de cuidado com a saúde, comenta Rzhetsky.

Mecanismos biológicos ligam poluição a doenças

A poluição é capaz de afetar diretamente o cérebro, que recebe as partículas ao percorrer a fina barreira que o separa da cavidade nasal ou, ainda, entrando nos pulmões e na corrente sanguínea. Esses poluentes podem causar inflamação no cérebro humano, afetando a função dos neurotransmissores, que estão diretamente associados aos distúrbios psiquiátricos.

A comprovação dessa relação pode abrir um novo caminho para os tratamentos, salienta Rzhetsky. "Talvez os sintomas possam ser reduzidos com algumas medidas, como a redução da inflamação relacionada à poluição ou a movimentação de pessoas para áreas mais limpas."

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