Estudo apresenta a eficácia do transplante de fluido vaginal

16/10/2019 às 07:302 min de leitura

Um estudo piloto realizado por pesquisadores israelenses apresentou o que pode ser uma nova cura para a chamada vaginose bacteriana — uma infecção causada por bactérias que pode gerar, entre outros sintomas, inflamação, odor e corrimento vaginal anormal.

"O transplante de microbiota vaginal tem o potencial de revolucionar a maneira como vemos e tratamos as condições que afetam o trato reprodutivo feminino”, declararam os cientistas que organizaram o estudo.

Os pesquisadores realizaram o acompanhamento de cinco mulheres, com idades entre 27 e 47 anos, que sofriam de casos intratáveis de vaginose bacteriana e que apresentaram pelo menos quatro sintomas da infecção no último ano.  Eles buscariam candidatas aptas para realizar o transplante de fluido vaginal

Microbioma vaginal 

As cinco pacientes foram tratadas com fluidos vaginais carregados de micróbios coletados de três doadoras rigorosamente selecionadas. As três voluntárias — com idades entre 35 e 48 anos — foram rigorosamente selecionadas e foi percebido que seus fluidos sugerem uma comunidade microbiana vaginal saudável, tipicamente dominada por Lactobacillus.

As receptoras do transplante foram preparadas com um regime antibiótico intravaginal e só então os fluidos foram transplantados dentro de 60 minutos após a coleta e os resultados obtidos impressionaram os pesquisadores.

Das cinco receptoras analisadas, quatro apresentaram a remissão completa a longo prazo da vaginose bacteriana até o final do acompanhamento (que durou entre cinco e 21 meses) após o transplante. Houve melhora acentuada nos sintomas e a reconstituição de um microbioma vaginal mais parecido com os das doadoras, segundo a análise genética realizada.

Cura quase perfeita

Apenas uma receptora alcançou cura parcial, devido a uma infecção na garganta que exigia tratamento com antibióticos orais, que provocaram a volta dos sintomas de VB. Entretanto, ela foi novamente submetida ao transplante e acompanhada por quase sete meses e percebeu-se que suas comunidades microbianas vaginais pareciam uma mistura de sua comunidade original com a dos doadores.

"Coletivamente, relatamos a viabilidade do uso fluido vaginal como tratamento de longo prazo de infecções, que não respondem e que é intratável", concluíram os autores do estudo.

Os pesquisadores provaram a segurança e os benefícios do transplante, contudo, por se tratar de um estudo pequeno, a eficácia da terapia ainda precisa ser verificada em estudos randomizados maiores, controlados por placebo.

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