Sabia que os suplementos vitamínicos podem fazer mal para você?

10/11/2017 às 05:003 min de leitura

A indústria dos suplementos vitamínicos se transformou em um negócio multibilionário graças à crença de que muitos de nossos males são resultado da insuficiência desta ou daquela vitamina. Entretanto, de acordo com um artigo publicado pelo site The Atlantic, uma série de estudos apontam que esses fármacos podem estar fazendo muito mais mal do que bem à saúde.

Segundo a publicação, entre as pesquisas mais recentes, está a conduzida pela Universidade de Minnesota, nos EUA, que encontrou um maior índice de mortalidade entre as mulheres que tomam multivitaminas se comparado às que não tomam. Outro estudo, apresentado por uma instituição de Cleveland, encontrou uma maior incidência de câncer de próstata entre os homens que tomam suplementos de vitamina E.

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Além desses, um levantamento conduzido em Seattle — com 18 mil pessoas de um grupo com risco de desenvolver câncer de pulmão por exposição a contaminantes — apontou incidências de 28% e 17% mais altas de surgimento de câncer e problemas cardíacos, respectivamente, entre os indivíduos que tomavam vitaminas. E existe uma coleção de estudos semelhantes que já foram publicados em revistas científicas.

Vilão conhecido

O mais alarmante é que esses resultados não são novidade: outros sete estudos apontaram uma relação entre vitaminas e o aumento no risco de desenvolvimento de problemas cardíacos e câncer, além de, evidentemente, uma expectativa de vida mais curta. Mas, se esse é o caso, de onde afinal veio a ideia de que se entupir com suplementos faz bem para a saúde? A resposta é: graças ao renomado e muito respeitado químico norte-americano Linus Pauling.

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Pauling foi um importante químico quântico e bioquímico que, além de ganhar dois prêmios Nobel — um de Química e outro da Paz —, se aventurou por diversas áreas científicas, entre elas as da biologia molecular e da pesquisa médica. Linus foi o responsável por popularizar o consumo da vitamina C para tratar gripes e resfriados, assim como o de coquetéis vitamínicos específicos para curar vários tipos de câncer e promover a longevidade.

O curioso é que, enquanto Pauling fomentava o consumo de vitaminas, inúmeras instituições realizavam estudos para comprovar os efeitos dos suplementos sobre a saúde, chegando à conclusão de que eles não apresentavam qualquer benefício para os doentes. No entanto, graças à respeitada reputação do químico, esses compostos foram se tornando cada vez mais populares e o seu consumo, consolidado, apesar das pesquisas demonstrando sua ineficácia.

Poção mágica

Para Pauling, o ingrediente mágico introduzido graças ao consumo de suplementos eram os antioxidantes, substâncias responsáveis por neutralizar a ação dos radicais livres. Essas substâncias estão presentes naturalmente em vários alimentos, e o químico defendia a ingestão de antioxidantes suplementares — na forma de diversas vitaminas — para potencializar o seu efeito.

Assim, devido aos livros, aos estudos e às alegações do químico de que os suplementos de vitaminas (e antioxidantes) eram capazes de curar todo tipo de doença conhecida — incluindo doenças cardíacas, derrames, estresse, depressão, alergias, tuberculose, raiva, queimaduras, fraturas e até o HIV —, a indústria farmacêutica viu diante de si uma incrível oportunidade.

Antioxidantes

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Estudos sobre os antioxidantes, ingeridos naturalmente através de dietas equilibradas e ricas em vitaminas, efetivamente demonstraram efeitos positivos. Em contrapartida, as pesquisas também apontaram que o consumo de quantidades extras dessas substâncias por meio de suplementos pode ser prejudicial, provocando um desequilíbrio entre a produção de radicais livres e a sua destruição.

Pesquisas apontando uma clara relação entre o uso de vitaminas e o aumento do surgimento de vários tipos de câncer e de outras doenças não param de ser publicadas, sugerindo que os radicais livres podem não ser os vilões que todo mundo pensava. Tudo parece indicar que eles são necessários para destruir bactérias e eliminar células cancerosas, e, com a adição de radicais “extra”, o sistema imunológico deixa de trabalhar como deveria.

Portanto, apesar da fama de maravilhosos e da incrível popularidade que os complexos vitamínicos ganharam, a verdade é que não existe um único órgão nacional ou internacional ligado à saúde pública que recomende o seu consumo. E você, leitor, é do tipo que se entope de vitaminas?

*Publicado em 22/07/2013

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