Mulher suspeita de matar os pais com um machado vira boneca

15/03/2016 às 06:365 min de leitura

“Lizzie Borden pegou um machado
E deu a sua mãe quarenta golpes.
E quando ela viu o que tinha feito,
Ela deu a seu pai quarenta e um.”

Acredite, esta é uma cantiga infantil que permeia o imaginário norte-americano sobre Lizzie Borden. Afinal, por que uma jovem bem-criada e que frequentava a escola dominical seria a principal suspeita de matar o pai e a madrasta com um machado?

Sua fama é tamanha que ela já foi tema de filme, minissérie, centenas de programas de televisão e virou até mesmo uma boneca!

A casa da família se tornou ponto turístico e recebe muitas visitas de pessoas curiosas que não perdem a oportunidade de tirar fotografias na “cena do crime”.

Se você nunca ouviu falar desta importante família norte-americana, “senta que lá vem a história”:

Os Borden

Essa trama se passa no ano de 1890, em Massachusetts, nos Estados Unidos. Lá, vivia a tradicional família Borden: o pai, Andrew, sua esposa, Abby, e as filhas, Lizzie e Emma. Eles haviam passado por um grande trauma: a morte da mãe das meninas, a primeira esposa de Andrew. Devido ao trágico ocorrido, elas não aceitavam o novo casamento do pai.

Emma, que era 10 anos mais velha que Lizzie, se sentia na responsabilidade de cuidar da irmã mais nova como se ela fosse sua filha. 

Andrew, Abby e a filha mais nova, Lizzie

As jovens tinham uma vida boa e passavam seus domingos dando aula de catequese em uma importante igreja da região. O pai, cada vez mais preocupado em ganhar dinheiro para manter o padrão de vida da família, não se importava em conseguir alguns inimigos pela cidade. Ele parecia não ter escrúpulos, e Lizzie talvez tenha aprendido isso com ele.

Apesar de estar havia muito com os Borden e se esforçar para ser uma boa figura materna, Abby não conseguia de nenhuma maneira se aproximar das garotas. 

A casa dos Borden

Para complicar ainda mais a frágil relação, a irmã de Abby foi despejada, e Emma e Lizzie descobriram que o pai havia comprado uma casa para ela. Indignadas, as duas exigiram esclarecimentos e acabaram convencendo Andrew a lhes vender a casa que herdou do pai, avô das garotas, por apenas 1 dólar.

Certo dia, todos da casa começaram a se sentir enjoados e ficaram doentes.

Mesmo com a nova aquisição, as duas continuaram a maltratar a madrasta e qualquer parente dela.

Lizzie também culpava o pai por não ter qualquer perspectiva de casamento, já que eles moravam afastados em função dos negócios. Sempre que podia, ela visitava o outro lado da família, mais rico e bem-sucedido, o que a deixava com inveja.

Certo dia, todos da casa começaram a se sentir enjoados e ficaram doentes. Alguns acreditaram ser efeito de uma intoxicação alimentar, já que na época não existia refrigeração. Porém, Abby foi a um médico e questionou se aquilo poderia ser resultado de um envenenamento. 

Lizzie Borden

Lizzie também teve uma conversa estranha com uma amiga próxima. Ela revelou que tinha medo que alguém fizesse mal a sua família e que o pai teria muitos inimigos. Ela realmente sentia isso ou estava preparando o terreno para o crime que, supostamente, cometeria mais tarde?

Ela ficou preocupada, já que todas as suas necessidades econômicas dependiam do pai.

Durante a semana, Lizzie escutou uma conversa entre o pai e um tio. Eles discutiam sobre a herança, e seu pai comentou que algumas pessoas não iriam gostar de como ele tinha separado os bens.

Ela ficou preocupada, já que todas as suas necessidades econômicas dependiam do pai.

O crime

Era dia 4 de agosto de 1892 e parecia ser mais uma manhã normal para a família. Andrew saiu cedo para trabalhar, Emma havia viajado e só restava em casa Lizzie, Abby e a empregada, Maggie.

Andrew havia sido brutalmente assassinado. Seu olho foi dividido ao meio e o nariz, decepado. 

Abby decidiu arrumar o quarto de hóspedes, no segundo andar da casa, enquanto Maggie limpava as janelas do lado de fora.

Surpreendentemente, apenas uma hora depois de ter saído, Andrew voltou para casa, ainda mais enjoado e doente. Ele se deitou na sala e logo perguntou para a filha onde sua esposa estaria. Lizzie afirmou que ela recebeu um bilhete e saiu sem dizer para onde ia.

Instantes depois, Lizzie gritou por socorro. A empregada entrou na sala e se deparou com uma cena chocante: Andrew havia sido brutalmente assassinado. Seu olho foi dividido ao meio e o nariz, decepado. 

A polícia logo chegou à residência e questionou Lizzie sobre o paradeiro de sua mãe. Visivelmente incomodada, ela disse que aquela não era sua mãe e repetiu o que havia contado ao pai. Mesmo assim, os policias pediram para que a empregada fosse ao segundo piso da casa.

Ao lado da cama, deitado sobre uma poça de sangue estava o corpo de Abby. 

A autopsia foi feita e revelou detalhes do crime brutal: Abby havia levado 19 golpes de machado pelo corpo e Andrew, outros 11. Indícios mostraram que a esposa foi morta pelo menos 90 minutos antes do segundo crime.

A polícia acreditava que não foram assassinatos aleatórios: a quantidade de golpes no rosto indicava uma forte ligação entre a vítima e o assassino.

A polícia acreditava que não foram assassinatos aleatórios: a quantidade de golpes no rosto indicava uma forte ligação entre a vítima e o assassino.

Na cidade, não se falava em outra coisa. Uma amiga de Lizzie resolveu ir até a residência conversar com as irmãs e se deparou com a jovem queimando um vestido. Desconfiada da atitude, ela foi até a polícia contar o que presenciou. Afinal, por que alguém queimaria um vestido três dias após a morte do pai?

A jovem começou a ser investigada pela polícia. Logo eles descobriram que, dois dias antes das mortes, ela teria ido até uma farmácia para comprar ácido cianídrico – arma química letal. Porém, por estar sem receita, não teria conseguido. 

O desentendimento familiar também veio à tona e algumas cartas chegaram até os oficiais, contando que Lizzie estaria familiarizada com a violência desde a infância: ela teria matado vários gatos e decepado a cabeça de pintinhos apenas para fazer um enterro.

Durante o depoimento, Lizzie foi questionada sobre onde estava quando o seu pai voltou mais cedo do trabalho naquela manhã. Prontamente ela respondeu: “No andar de cima”.

Ela nem percebeu, mas naquele momento estava assinando o seu atestado de culpa, afinal, se ela estava no segundo piso da casa, como não teria visto a madrasta morta ou mesmo o culpado pelo crime?

Depois de passar 10 meses atrás das grades, ela foi a julgamento.

Encenação sobre o caso

O desfecho

A acusação apresentou no julgamento a suposta cronologia dos assassinatos: Lizzie aproveitou a ausência de sua família para golpear a madrasta pelas costas, não dando chance a ela de qualquer defesa. A jovem, possivelmente, estaria usando um avental, para que não precisasse limpar sua roupa naquele momento.

Quando seu pai chegou, ela desceu e inventou a história sobre a madrasta para que Andrew não subisse para procurá-la. Assim que ele dormiu, ela deu um primeiro golpe fatal em sua cabeça. Todos os que se seguiram foram por raiva. 

Quando tudo parecia indicar sua culpa, um desfecho surpreendente mudou o futuro de Lizzie: a prova crucial, o depoimento em que ela afirmava que estava no andar de cima no momento em que o pai chegou em casa, não foi aceito. O motivo? A defesa afirmou que um médico havia lhe aplicado morfina naquele dia, invalidando a prova.  

Lizzie Bordan foi declarada inocente e ela e sua irmã receberam uma herança de 300 mil dólares, algo em torno de 10 milhões nos dias atuais. 

Série sobre o caso

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