Cientistas estudam hidra que quase não envelhece e que poderia ser imortal

11/12/2013 às 06:412 min de leitura

Biólogos da Universidade do Sul da Dinamarca analisaram o processo de envelhecimento de 46 espécies diferentes de seres — incluindo mamíferos, plantas, fungos e algas – e descobriram que existe uma espécie de hidra que pode ser praticamente imortal, já que se fortalece com o passar dos anos.

A Hydra magnipapillata é um animal microscópico cujo corpo tem formato cilíndrico. O cnidário também apresenta tentáculos e uma boca. Enquanto sabe-se que os humanos, mamíferos e pássaros tendem a enfraquecer com o envelhecimento, os cientistas descobriram que a hidra e algumas espécies de tartarugas e árvores ganham força com o passar do tempo.

“Muitas pessoas, inclusive os cientistas, tendem a pensar que o envelhecimento é inevitável e ocorre com todos os organismos da Terra da mesma maneira que com os humanos; que toda espécie se torna mais fraca com a idade e mais propensa a morrer. Mas esse não é o caso”, explica o biólogo evolutivo Dr. Owen Jones.

O efeito do tempo

Além das hidras, as tartarugas-do-deserto também têm uma baixa taxa de mortalidade e podem viver até 80 anos. Fonte da imagem: Reprodução/Shutterstock

Para chegar a essas conclusões, a equipe pesquisou o efeito do tempo em diversas espécies. Ao todo, eles analisaram 11 mamíferos, 12 outros vertebrados, 10 invertebrados, 12 plantas e 1 alga. Pesquisas anteriores já haviam demonstrado os efeitos do envelhecimento em mamíferos e pássaros, mas o novo estudo – que foi publicado no periódico Nature – procurou se aprofundar em áreas relativamente inexploradas nos grupos descritos anteriormente.

“A diversidade dos padrões de mortalidade e fertilidade desses organismos nos surpreendeu e claramente existe uma necessidade de pesquisar mais antes que possamos compreender completamente as causas evolucionárias do envelhecimento e abordar melhor os problemas do fenômeno em humanos”, explicou o Dr. Jones.

Mas a descoberta mais incrível do grupo foi que existem espécies que praticamente não são afetadas pelo processo de envelhecimento. A Hydra magnipapillata — que é um pólipo que costuma viver em águas doces, frias e limpas —, por exemplo, tem baixa mortalidade e seu risco de morrer em condições laboratoriais é tão baixo que ela pode ser considerada imortal.

Os mangues-brancos são árvores que também podem viver por muitos anos. Fonte da imagem: Reprodução/Shutterstock

“Extrapolações de dados do laboratório mostram que, mesmo depois de 1.400 anos, 5% da população de hidras mantidas nessas condições ainda estaria viva”, comenta o biólogo.

Para muitas espécies, a mortalidade aumenta com o passar do tempo — esse é um padrão encontrado na maioria dos mamíferos (incluindo os humanos), mas que também ocorre com os invertebrados. Já entre as espécies que ganham força conforme envelhecem, os pesquisadores identificaram a tartaruga-do-deserto, que tem uma alta taxa de mortalidade nos primeiros meses, mas pode viver até 80 anos. Descobriu-se também que as árvores do tipo mangue-branco seguem o mesmo padrão.

“Não faz sentido basear o envelhecimento em quão velhas as espécies podem ficar. Em vez disso, é mais interessante definir o envelhecimento com base na trajetória da mortalidade — se essa taxa aumenta, diminui ou se mantém constante ao longo da vida”, finaliza o especialista.

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