Túneis pré-históricos abertos por preguiças são encontrados no RS

No recém-concluído mês de fevereiro, dois túneis abertos por preguiças-gigantes que viveram há mais de 10 mil anos no Brasil foram encontrados na área de propriedade de uma empresa fabricante de argamassas, na cidade de Campo Bom, no Rio Grande do Sul, quando era realizada uma terraplanagem no local.

Estes túneis apelidados de "paleotocas" foram descobertos quando um biólogo da Secretaria Municipal de Meio Ambiente do Munícipio de Campo Bom que acompanhava as obras desconfiou da formação geológica de um barranco próximo ao Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) de Sapiranga.

Após a desconfiança do biólogo, uma equipe de cientistas passou a investigar o local realizando escavações que, ao atingirem algo em torno de 6 a 8 metros de profundidade, atingiram os túneis. Com a descoberta científica, a Prefeitura de Campo Bom chamou o professor de minerologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Heinrich Theodor Frank para registrar a descoberta.

Outros túneis de preguiças-gigantes descorbertos no Brasil

Esta descoberta no Sul não foi a primeira: no ano de 2010, Amilcar Adamy, geólogo da Pesquisa Geológica Brasileira, decidiu realizar pesquisas em uma caverna gigante descoberta no estado de Rondônia e acabou descobrindo que a caverna se tratava de uma paleotoca de preguiça-gigante. 

O mesmo professor chamado para analisar o túnel descoberto em Campo Bom, Heinrich Frank, também descobriu a existência de mais 1.500 túneis de preguiça na cidade de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, anos atrás. 

Muitas das tocas que a equipe de Frank descobriu se estendem por centenas de metros e se ramificam em várias outras direções. A maior delas mede aproximadamente 600 metros de comprimento, cerca de 1,5 metro de altura e varia de 90 centímetros a 1,5 metro de largura. Isso significa que estes animais desenterraram 4 mil toneladas de terra para criar as paleotocas.

A maior parte das paleotocas encontradas no Brasil estão localizada nos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, poucas destas foram até hoje encontradas nas outras regiões do país ou em algum outro lugar da América Latina.