Por que cantar para os bebês ajuda tanto no desenvolvimento deles?

10/01/2024 às 02:002 min de leitura

Quando tentamos chamar a atenção de um bebê, recorremos a diferentes métodos. Não é à toa que pulamos, usamos uma voz fina, fazemos caretas para provocar risos e até mesmo cantamos.

E segundo pesquisadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e da Universidade de Dublin, na Irlanda, cantar pode ser uma excelente forma de desenvolver os pequenos desde cedo, antes mesmo que comecem a pronunciar suas primeiras palavras.

Explorando o poder da linguagem cantada para os bebês

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

O estudo, publicado na revista Nature Communications em dezembro de 2023, explora como o processamento da linguagem nos bebês acontece. Diferente do que possa parecer, eles aprendem a identificar o ritmo da fala antes de processar os sons que utilizamos na linguagem.

Para avaliar em maiores detalhes como isso ocorre nos recém-nascidos, os pesquisadores analisaram padrões de atividade cerebral gerados enquanto os pequenos apreciavam diferentes sons. Enquanto algumas amostras tinham sílabas destacadas, em outros momentos foram testadas diferentes variações no tom de voz.

Ao todo, cinquenta bebês foram selecionados, com idade de quatro, sete e onze meses. Todos assistiram a um vídeo em que uma professora cantava diferentes canções infantis. Paralelamente, as ondas cerebrais acompanhavam as emitidas pela música.

Com esse método, pesquisadores puderam constatar que os bebês não codificam totalmente os sons fonéticos antes de completar sete meses. Ao analisar esse progresso, a equipe viu como os bebês reagem às canções infantis cantadas, sugerindo que o ritmo — e não a fonética, representada pelo alfabeto — está bastante relacionado com a aprendizagem da língua.

Como se dá o processamento da linguagem

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

Assimilar diferentes sons do ponto de vista fonético, portanto, é algo que só ocorre mais adiante, e de forma gradual, já que mesmo aos onze meses esse tipo de processamento por parte dos bebês ainda é bastante reduzido.

Usha Goswami, que é neurocientista da Universidade de Cambridge, explica como tudo isso ocorre: “Os bebês podem usar informações rítmicas como um andaime ou esqueleto para adicionar informações fonéticas. Por exemplo, eles podem aprender que o padrão rítmico das palavras em inglês é tipicamente forte-fraco, como em 'papai' ou 'mamãe', com ênfase na primeira sílaba. Eles podem usar esse padrão de ritmo para adivinhar onde termina uma palavra e começa outra ao ouvir a fala natural.”

Para ela, a informação rítmica é a chave para a aprendizagem de línguas. Nesse sentido, Giovanni Di Liberto, principal autor do estudo, destaca que se trata da primeira evidência acerca do processamento da linguagem para bebês que se encontram em diferentes fases.

Ou seja, a constatação do estudo pode servir de alicerce na abordagem com os pequenos desde cedo, tanto em casa, quanto no ambiente escolar: cantar para os bebês faz toda a diferença no processo de desenvolvimento da comunicação para eles. O estudo faz parte do projeto BabyRhythm, que busca identificar como a linguagem é aprendida e sua relação com a dislexia e distúrbio no desenvolvimento da linguagem.

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