Novo polímero pode ser a solução para combater a resistência das superbactérias

15/01/2024 às 04:302 min de leitura

A penicilina foi uma das descobertas mais importantes do século XX. Ela nos permitiu tratar, de maneira rápida e eficaz, certos tipos de doenças que antes levavam à morte em poucos dias. Infelizmente, ela também foi responsável por criar um novo problema: as superbactérias.

Conforme a humanidade foi fazendo cada vez mais uso de antibióticos, mais bactérias resistentes começaram a surgir. Isso fez com que uma luta sem fim tivesse início, e a cada novo medicamento, maiores as chances de bactérias mais resistentes aparecerem. Mas um novo medicamento pode finalmente acabar de vez com esse problema.

Polímeros bactericidas

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

A resistência bacteriana a antibióticos é uma ameaça global à saúde humana, como a própria OMS reconhece. Com bactérias se tornando cada vez mais adeptas a contornar os medicamentos existentes, pesquisadores da Texas A&M University estão trabalhando há alguns anos no desenvolvimento uma nova classe de polímeros antibacterianos.

Esses polímeros oferecem uma abordagem diferente em relação aos antibióticos mais tradicionais. Eles atacam as membranas externas das bactérias de maneira que elas não consigam desenvolver resistência. Em um estudo recente, a equipe aprimorou esses polímeros, tornando-os mais personalizáveis para combater superbactérias de maneira ainda mais eficaz.

A chave para essa inovação é o catalisador AquaMet, que lida com altas concentrações de cargas e é solúvel em água. A carga positiva dos polímeros atrai as bactérias, permitindo que a ligação ocorra com mais precisão. 

Em testes de laboratório, os novos polímeros mostraram eficácia contra gram-positivas, como o Staphylococcus aureus — que pode causar sepse —, que é resistente à meticilina (MRSA), e gram-negativas, como a E. coli. Essa ampla ação sugere que esses polímeros podem ser uma solução abrangente para várias superbactérias. Importante destacar que esses medicamentos também se mostraram eficazes em concentrações baixas.

Mais alguns testes

(Fonte: Getty Images)(Fonte: Getty Images)

Embora os primeiros resultados sejam bastante positivos, ainda existem alguns desafios para a equipe superar. O principal deles está relacionado com a seletividade dos polímeros em relação às células humanas.

A solução para esse problema está justamente na personalização precisa desses polímeros, permitida pelo método de fabricação, que foi desenvolvido com a uma equipe multidisciplinar. Na teoria, esse polímero pode ser desenvolvido de modo a ser mais seletivo com relação ao que irá “atacar”.

“Um problema comum com polímeros antibacterianos é a falta de seletividade entre bactérias e células humanas quando atingem a membrana celular”, explicou Quentin Michaudel, professor assistente no Departamento de Química da Texas A&M e líder da pesquisa. “A chave é encontrar um equilíbrio certo entre inibir eficazmente o crescimento de bactérias e matar vários tipos de células indiscriminadamente”.

Atualmente o projeto ainda está em fase laboratorial. Porém, caso apresente resultados satisfatórios com relação à seletividade, a equipe espera poder partir em breve para testes in vivo.

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