'Línguas de ouro' são desenterradas com múmias egípcias

17/01/2024 às 02:002 min de leitura

Arqueólogos descobriram duas múmias equipadas com línguas douradas na antiga cidade de Oxirronco, no Egito, elevando para 16 o número total de artefatos do tipo encontrados no local. Durante o período romano (29 a.C. a 641 d.C.), os egípcios colocavam línguas de ouro dentro da boca de algumas múmias para que os falecidos pudessem "falar" na vida após a morte.

Segundo a crença dos antigos egípcios, o ouro era conhecido por ser a "carne dos deuses", dando aos falecidos a capacidade de falar com Osíris no submundo. Em 2021, três línguas de ouro foram descobertas pelos mesmos pesquisadores na cidade. As múmias foram encontradas em duas tumbas do período romano que continham múmias adicionais, junto com papiros com escrita grega e selos de lama com iconografia egípcia.

Revelando um passado distante

(Fonte: Ministério Egípcio de Turismo e Antiguidades/Divulgação)(Fonte: Ministério Egípcio de Turismo e Antiguidades/Divulgação)

A incrível descoberta foi anunciada pelo Ministério Egípcio do Turismo e Antiguidades em suas páginas nas redes sociais, afirmando que os túmulos onde as múmias foram encontradas estavam localizados perto da atual Al Bahnasa. Os dois cadáveres em questão foram descobertos ao lado de pelo menos 18 outros corpos mumificados em duas tumbas de calcário.

As câmaras dentro dos túmulos de calcário também continham várias páginas de papiro cheias de escrita grega e os selos de lama com iconografia egípcia. A identidade das duas múmias é desconhecida pelos pesquisadores, mas fica evidente que se trata de cidadãos ricos e importantes dada a natureza do seu enterro e de suas línguas douradas.

“O povo egípcio depositou as línguas de ouro para restaurar funções vitais aos mortos e também para que o corpo permanecesse intacto na vida após a morte. Para os egípcios, o ouro era a carne dos deuses”, disseram Esther Pons Mellado e Maite Mascort, codiretoras da missão arqueológica em Oxirronco.

Importância histórica

(Fonte: Ministério Egípcio de Turismo e Antiguidades/Divulgação)(Fonte: Ministério Egípcio de Turismo e Antiguidades/Divulgação)

Oxirronco é um local representativo do período greco-romano do Egito, como evidenciado pelos vários objetos que retratam a iconografia egípcia e grega. Este período começou depois que Alexandre, o Grande, conquistou o país em 332 a.C., tendo arrancado o controle da terra dos persas. O Egito permaneceu parte do Império Romano Oriental por quase 1 mil anos, até ser conquistado pelas forças árabes por volta de 641 d.C.

O sítio arqueológico de Oxirronco oferece muitas pistas sobre como era a vida durante esse período, mostrando uma confluência de culturas numa época de grandes mudanças na história. Parece também que o local tem muito mais segredos a oferecer. A missão arqueológica na região descobriu inúmeras relíquias antigas, incluindo múmias adicionais com línguas de ouro em 2021.

Na época dessa descoberta, os pesquisadores também encontraram mais de 400 figuras funerárias representando o deus egípcio Hórus. Da forma como a operação está sendo conduzida, futuras escavações no local prometem revelar uma riqueza de informações impressionando sobre o mundo antigo. 

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