Conheça o macaco-coruja, a única espécie de primata noturno do mundo

23/03/2024 às 14:002 min de leituraAtualizado em 23/03/2024 às 14:00

Ele é considerado um dos melhores pais do mundo animal, é monogâmico e essencial em estudos para o desenvolvimento de vacinas contra a malária. Estas são algumas das características do macaco-coruja, apontado como o único primata de hábitos noturnos do mundo.

Parte de um grupo de 10 espécies que integram o gênero Aotus, ele foi batizado assim por causa de suas atividades noturnas, assim como as corujas. O estilo de vida também lhe garantiu o desenvolvimento de olhos grandes, adaptados à visão noturna.

(Fonte: Getty Images/Reprodução)
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De acordo com o Centro Nacional de Pesquisa de Primatas de Wisconsin (Estados Unidos), o grupo ao qual pertence o macaco noturno era classificado anteriormente como apenas uma espécie e 10 subespécies. Mas, pela classificação atual, que gera debates, todas elas foram elevadas ao nível de espécie.

Assim, o gênero foi dividido em dois grupos de macacos-coruja. Os de pescoço cinza (Aotus lemurinus) vivem ao norte do Rio Amazonas, enquanto os de pescoço vermelho (Aotus azarae) são encontrados ao sul, com a nomenclatura podendo variar dependendo da região.

Monogamia e grande apego aos filhotes

(Fonte: Getty Images/Reprodução)
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O comportamento do macaco-coruja também chama a atenção, com destaque para a monogamia. Segundo o especialista em antropologia biológica, Eduardo Fernández-Duque, a maioria dos grupos vive em pares ou pequenos grupos familiares, com machos e fêmeas estabelecendo relacionamentos duradouros e fortes.

Líder de um estudo sobre o primata, o professor da Universidade de Yale (EUA) afirma que o animal é geneticamente monogâmico, só acontecendo reprodução entre os pares estabelecidos. “Os macacos-coruja são um dos poucos mamíferos onde não temos nenhuma evidência de infidelidade”, comentou em entrevista ao site da instituição.

Duque também ressalta que os machos são fortemente envolvidos na criação dos filhos, sendo apontados como pais exemplares. “Não há nada parecido com eles entre todos os mamíferos em termos de cuidar de seus filhotes. Eles são ótimos pais”, disse o acadêmico.

Ameaça de extinção

(Fonte: Getty Images/Reprodução)
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Machos e fêmeas da espécie têm tamanho e peso parecidos, com a altura variando de 34 cm a 41 cm, enquanto o peso fica entre 450 g e 1,2 kg. Ambos se alimentam de insetos, sementes, frutas, flores, ovos de pássaros e, ocasionalmente, pequenos pássaros, realizando saídas noturnas para procurar as refeições.

Resistentes ao parasita causador da malária, os primatas participam de pesquisas biomédicas há décadas, auxiliando na tentativa de desenvolver vacinas contra a doença transmitida por mosquitos infectados. Após a participação nos estudos, eles são soltos na natureza.

No entanto, o processo de captura tem colocado a espécie em risco com a destruição de ninhos, como ressaltam entidades de defesa dos animais — o desmatamento na região amazônica é outra ameaça. Quando solto na natureza, o macaco-coruja tem expectativa de vida de 11 anos, subindo para 20 anos se ele estiver em cativeiro.

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