Menina do napalm: conheça a história dramática por trás da imagem icônica

30/08/2018 às 05:332 min de leitura

Seja nos livros de História ou nos jornais, com certeza você já viu essa imagem e talvez saiba que ela representa um período sombrio da história da humanidade, por diversas razões: a Guerra do Vietnã. A menina que foge desesperadamente em direção ao fotógrafo é Kim Phuc, na época com apenas 9 anos de idade.

Ela corria de um ataque aéreo de napalm, substância altamente inflamável chamada de fogo líquido, produzida à base de gasolina gelificada. Seu corpo estava coberto pelo líquido que queima a pele a quase 800 ºC mesmo sem pegar fogo, o que explica a expressão de dor e pânico de Kim.

Do outro lado, Nick Ut, o fotógrafo que flagrou o momento em que dois aviões americanos lançaram quatro bombas de napalm sobre a cidade, para desalojar os vietcongues. Ele estava no país desde 1965, com seu irmão jornalista que acabou falecendo. Nick então ocupou seu lugar no escritório da Associated Press em Saigon e aprendeu a usar uma câmera fotográfica para registrar o conflito.

O dia fatídico

No dia 8 de junho de 1972, os destinos de Nick e Kim se cruzaram, o que alterou para sempre a vida de ambos, sem contar o impacto que aquela fotografia teve na guerra. Longa, brutal e sem sentido, a Guerra do Vietnã durou cerca de 16 anos e matou milhares de pessoas no Vietnã do Norte, Vietnã do Sul, Laos e Camboja.

Somente de 1963 a 1973, 388 mil toneladas de napalm foram lançadas sobre o Vietnã, o que representa uma quantidade 10 vezes maior do que a usada na Coreia e 20 vezes superior à lançada no Pacífico.

Quando Kim e várias outras pessoas cruzaram a espessa cortina de fumaça que o bombardeio causou, encontraram Nick e outros repórteres que cobriam o conflito. Ele contou, em entrevista à NBC News, que aquele momento o marcou para sempre. “Vi várias pessoas carregando crianças já mortas no colo, inclusive a avó de Kim com um menino que morreu no momento em que tirei a foto. Quando olhei no visor da minha câmera, notei a menina correndo com os braços abertos vindo em minha direção”, descreve ele, que se questionou por que ela estava sem roupas.

Nick acompanhou a menina, tirando fotos, e foi aí que notou que seu corpo estava banhado em napalm e as roupas já tinham sido queimadas. “Quando vi o estado de suas costas, seus braços, chorei pensando 'ela vai morrer em breve, ela não vai sobreviver'”. Foi aí que ele colocou Kim na van e seguiu em direção ao hospital.

Um ano depois daquele momento, Nick Ut ganhou o prêmio Pulitzer com a foto que se tornou um símbolo do horror da guerra e mudou o curso da história. Kim permaneceu internada por mais de 1 ano no hospital em tratamento e passou por cerca de 17 cirurgias.

Superação após o horror

Morando atualmente em Toronto, no Canadá, ela lidera uma fundação que leva seu nome — Kim Foundation International , idealizada para ajudar crianças vítimas de conflitos armados, e é embaixadora da boa vontade da Unicef. Ela afirma que sempre pensa no que teria acontecido se aquela foto não tivesse sido tirada: “certamente eu teria morrido”, analisa em entrevista ao jornal El País.

O fotógrafo, atualmente aposentado, conta que cobriu diversos bombardeios de napalm, mas nunca conseguiu uma imagem como a de Kim. Em 1977, ele saiu do Vietnã e se mudou para Hollywood, onde acompanhou momentos icônicos de celebridades norte-americanas.

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