Kentucky Meat Shower: o dia em que choveu carne do céu

30/07/2020 às 15:002 min de leitura

Em um ensolarado 3 de março de 1876, no Condado de Bath (Kentucky-EUA), por volta das 11h ou 12h, uma fazendeira chamada Sra. Crouch estava em seu quintal e, a menos de 40 passos de sua casa, começou a "chover" carne, como se fosse neve.

Durante vários minutos assustadores, pedaços de carne vermelha que mediam, aproximadamente, de 5 a 10 centímetros despencaram ao longo de 45 metros. Não houve aviso, o céu não escureceu, muito pelo contrário, o Sol brilhava muito naquele momento e não havia uma nuvem sequer. A fazendeira relatou que os pedaços de carne eram horríveis, pois tinham uma aparência seca e esponjosa, praticamente apodrecida.

Sem entender absolutamente nada, a mulher e o seu marido apenas acreditavam que o bizarro incidente significava algum sinal divino – provavelmente algo de ruim.

Mistério no céu

(Fonte: Pinterest/Reprodução)(Fonte: Pinterest/Reprodução)

Kurt Gohde, professor de Arte da Universidade da Transilvânia, tornou-se especialista em fenômenos assim que se mudou para o Kentucky. A partir do momento em que começou a estudar a meteorologia local para ver se conseguia descobrir a origem daquele acontecimento, ele se deparou com um pedaço de carne flutuando em um líquido de conserva âmbar enquanto vasculhava alguns artigos da universidade. Ele rapidamente foi capaz de determinar que aquilo era uma amostra da mesma “chuva de carne” que aconteceu há décadas.

Por incrível que pareça, não "choveu carne" apenas em cima da fazenda da Sra. Crouch, mas também por toda a região da comunidade de Olympia. Para descobrir que tipo de carne era, alguns habitantes simplesmente comeram os pedaços nojentos. Eles chegaram à conclusão de que se tratava de carne de carneiro ou de urso.

O burburinho chegou às autoridades de Kentucky, que decidiram coletar amostras e enviá-las a químicos de universidades de todo o país. No entanto, antes que os especialistas tivessem a chance de apresentar as suas explicações, todo mundo meio que perdeu o interesse no fenômeno.

(Fonte: Courier Journal/Reprodução)(Fonte: Courier Journal/Reprodução)

Um químico da Universidade de Louisville deduziu que se tratava de carne de carneiro, já um colega de trabalho dele insistiu que era bovina. Porém, o importante mesmo era saber como a carne tinha caído do céu.

Para o cientista Leopold Brandies, que escreveu um artigo extenso no jornal The Sanitarian, o evento era simplesmente uma chuva de Nostoc — um gênero de cianobactéria que assume uma aparência gelatinosa quando entra em contato com a chuva. Uma vez que era encontrada no solo, a teoria de Brandies sugeria que apenas choveu normalmente, e a Nostoc brotou do chão. Ele também identificou a cianobactéria como pertencente à espécie Nostoc Craneum, que ele descreveu como “cor de carne”.

Só que essa explicação não fazia muito sentido, uma vez que a Sra. Crouch e outros habitantes que presenciaram o fenômeno não falaram nada sobre a chuva comum ter caído junto com os pedaços de carne.

A teoria dos abutres

(Fonte: Imgur/Reprodução)(Fonte: Imgur/Reprodução)

Anos depois, Joe Walston, vice-presidente de programas de estudos de campo da Wildlife Conservation Society, embasou a teoria lançada pelo Dr. L D Kastenbine na edição de 1876 do Louisville Medical News, de que a chuva de carne era o resultado de vômito em massa de abutres. “A carne é pesada. Se você não quiser decolar rapidamente com uma enorme quantidade de peso, a primeira coisa que você fará é vomitar”, disse ele.

Os abutres tendem a comer muito, pois nunca sabem quando terão a próxima refeição. Portanto, eles não vomitam por terem devorado demais, mas sim por precisarem voar rápido quando algo os assusta. Com um estômago extremamente ácido, as aves tem o hábito de permanecerem sentadas por um bom tempo para conseguirem digerir de maneira apropriada a alimentação.

Waltons apoiou a teoria de que um grupo de abutres excessivamente assustados e recém-alimentados voava em bandos despejando o conteúdo de seus estômagos pelos céus do Condado de Bath. “Além de que, olhando mais de perto em um microscópio, havia cartilagem e tecido pulmonar nos pedaços”, reforçou Gohde.

O mais assustador dessa história é perceber que, no final das contas, várias pessoas simplesmente provaram o vômito de um animal.

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