A maioria dos mamíferos machos não são maiores que as fêmeas, diz estudo

30/03/2024 às 13:002 min de leituraAtualizado em 30/03/2024 às 13:00

Um artigo recente publicado na Nature Communications decidiu testar a hipótese, que aprendemos na escola como uma verdade, de que a maioria dos machos é maior do que as fêmeas de sua espécie. Baseado em um estudo que observou 429 espécies de mamíferos de diversas ordens, o trabalho teve como objetivo de investigar os preconceitos sexuais na biologia.

Dimorfismo sexual é o termo usado para definir as diferenças notáveis entre machos e fêmeas da mesma espécie, e geralmente envolve características como cores diferentes, penas exuberantes, chifres e, muitas vezes, um macho com tamanho corporal avantajado. Este é especialmente útil quando existe competição para ter acesso às fêmeas. 

Após analisar dados sobre a massa corporal de 429 espécies diferentes de mamíferos, os autores do estudo concluíram que 38,7% dos animais estudados têm tamanhos iguais, ou seja, são sexualmente monomórficos. Entre os dismórficos, 16,2% têm fêmeas maiores que os machos, e em 45,1% das espécies, os machos são maiores.

As diferenças de tamanho entre os sexos

(Fonte: Nature Communications/Divulgação)
(Fonte: Tombak et al./Divulgação)

No quadro acima, a extensão do dimorfismo sexual apurado varia de acordo com os grupos de espécies, com algumas apresentando diferenças mais pronunciadas do que outras. Por exemplo, quase metade dos morcegos têm fêmeas maiores que os machos, número que chega a 60% entre os coelhos e lebres.

Mamíferos de tamanhos iguais, independentemente do sexo, ocorrem entre cavalos, lêmures e toupeiras douradas, além de metade do grupo de mamíferos mais rico em espécies: os roedores. Já nos carnívoros, grupo que inclui ursos, gatos e focas, a primazia de tamanho é sempre dos machos. Recordistas em dimorfismo sexual, os elefantes-marinhos chegam a atingir um peso três vezes maior que o de suas fêmeas. 

Essas diferenças de tamanho mais extremas muitas vezes mascara o quadro real do dimorfismo, atribuindo aos machos uma suposta hegemonia entre os mamíferos. Isso normalmente ocorre porque os machos são em média 1,3 vez maiores que as fêmeas, enquanto estas, quando maiores, geralmente atingem 1,1 vez o tamanho dos machos

Preconceitos contra espécies de tamanho menor

(Fonte: Getty Images)
(Fonte: Getty Images)

De acordo com os autores do novo trabalho, a prevalência da primazia de tamanho dos machos (que vem desde o livro A Descendência do Homem e Seleção em Relação ao Sexo, de Charles Darwin) apenas reflete "a falta de atenção científica dada às fêmeas e às espécies menos carismáticas", diz um comunicado. 

O estudo também levanta algumas questões importantes sobre a seleção sexual jamais imaginadas no livro de 1871. Por exemplo: ter o mesmo tamanho do seu homólogo no sexo oposto é vantajoso? Se maior é melhor, os machos que são menores que as fêmeas continuam competindo por elas em lutas com outros "baixinhos"?

Para responder a essas perguntas, novas espécies deverão ser estudadas para testar a importância do tamanho, quando se trata de batalha dos sexos.

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