'Barbie pigs' e outros animais inéditos são descobertos no fundo do oceano

02/04/2024 às 08:002 min de leituraAtualizado em 02/04/2024 às 08:00

Recentemente, uma equipe internacional de cientistas passou algumas semanas a bordo de um barco de pesquisa, explorando uma vasta área do fundo do Oceano Pacífico, entre a costa do México e o Havaí, chamada Zona Clarion-Clipperton (CCZ, na sigla em inglês). O local é administrado pela Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISA em inglês). 

Contratados pela SMARTEX, um projeto de pesquisa e desenvolvimento que visa avaliar a viabilidade técnica e econômica da mineração de nódulos polimetálicos em alto mar, os cientistas buscavam descobrir que tipo de vida existe a 4 mil metros de profundidade. Em um artigo publicado no site do Museu de História Natural do Reino Unido, o cientista chefe da expedição, Adrian Glover, mostrou algumas descobertas impressionantes

Entre os destaques, estão porcos-marinhos cor-de-rosa, logo apelidados de “Barbie pigs”; peixes rattail, também conhecidos como peixes-ratos-do-mar; e uma espécie de pepino-do-mar transparente batizada de "unicumber", como se fosse um cruzamento de unicórnio com pepino.

Por quer as mineradoras querem explorar o fundo do mar?

A ameaçadora mineração em alto-mar surgiu na CCZ como uma questão de interesse global devido aos extensos campos da "batatas do fundo do mar" existentes no local. Conhecidas como tubérculos de profundidade ou nódulos de manganês, elas são, na verdade, rochas negras resultantes da calcificação milenar de restos de animais, mas representam também uma das fontes mais ricas de cobalto, níquel e manganês do planeta. 

A ideia dos mineradores é colher esses nódulos, retirá-los do fundo do mar, e levá-los para a superfície. Avaliar o impacto disso é uma das missões da SMARTEX, iniciais de Mineração dos Fundos Marinhos e Resiliência ao Impacto Experimental.

Os riscos à vida selvagem e ao ecossistema da CCZ

Pepino-do-mar transparente apelidado de
Pepino-do-mar transparente apelidado de "unicumber". (Fonte: NHMDeepSea Group/Museu de História Natural do Reino Unido)

Segundo Glover, naquela região abissal do Pacífico, "há mais biomassa de vida no centímetro superior de uma determinada área de lama do fundo do mar, do que em todos os 4 mil metros de água acima dela". Só este fato já impressiona, tendo em vista que, naquelas profundidades, a temperatura da água é de apenas 1,5 °C e não há luz do Sol.

Por isso, diz Glover, podemos até perdoar os primeiros coletores que trabalharam na CCZ e ignoraram toda essa explosão de vida, pois, "à primeira vista, uma observação típica do fundo do mar a 4 mil metros parece completamente árida". Talvez não tenham olhado mais de perto, ou apenas ofuscados pelos ganhos bilionários que uma mineração no fundo do mar proporcionaria.

No entanto, antes mesmo de começar a pensar em recolher as tais batatas preciosas, é preciso pesquisar atentamente, para avaliar se uma eventual perturbação das profundezas marinhas, com consequente formação de plumas de sedimentos em um ambiente naturalmente intocado, poderia ter impactos negativos sobre a vida selvagem e os ecossistemas. Com a palavra a SMARTEX.

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